sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vozes Opostas ao Celibato

Aparentemente, o “escândalo” do celibato não pareceu muito importante nas mentes dos bispos, pois apenas 10 deles votaram a favor do celibato opcional, 168 votaram a favor de se manter a regra do celibato, 21 votaram a favor dela com reservas, e 3 se abstiveram. Em outra votação, porém, mais da metade dos que não residem no Vaticano votaram a favor de se permitir a ordenação de homens casados em circunstâncias especiais. No todo, foram os bispos do que é conhecido como o “Terceiro Mundo”, isto é, a América Latina, a África e a Ásia, que desejavam que fossem ordenados homens casados. Em tais países há 4.000 católieos-romanos para cada sacerdote, ao passo que na Europa e nos EUA há quatro vezes mais sacerdotes, proporcionalmente, um sacerdote para cada 1.000 pessoas.

Entre as vozes ouvidas que se opunham a fazer vigorar inflexivelmente a regra do celibato, encontravam-se as seguintes:

“O que é melhor — pregar o Evangelho com a ajuda de sacerdotes casados, ou não pregá-lo de forma alguma?” — Cardeal Alfrink, primaz da Holanda. “Nós, bispos, não só temos o poder de ordenar, temos o dever de ordenar sacerdotes em números suficientes para satisfazer as necessidades do Povo de Deus.” — Cardeal Suenens, da Bélgica.

“Seria perigoso ficar tão preocupados com a atual disciplina do celibato que nos arriscássemos a corroer a própria natureza do sacerdócio antes que admitir homens casados nas Santas Ordens.” — Bispo Alexander Carter, de Sault Ste. Marie, Canadá.

“Não devia o sínodo considerar o direito das comunidades cristãs de terem sacerdotes, ao invés de exaltar a adequabilidade do celibato para o sacerdócio” — Bispo Samuel Lonis Gaumain, do Chade, África Central.

John Gran, Bispo de Oslo, Noruega, argumentou que o celibato devia tornar-se opcional tanto por razões humanas como morais. Disse que muitos sacerdotes vivem “numa solidão que dá pena, acima de tudo, no caso dos jovens”. Indicou ainda o exemplo de ministros luteranos casados, afirmando: “A maioria destes pastores não parecem ser . . . de forma alguma inferiores aos sacerdotes católicos.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário