sábado, 28 de agosto de 2010

A cristandade segue o mesmo caminho que Canaã

A RELIGIÃO dos cananeus envolvia a fornicação, o adultério, o homossexualismo e a matança de crianças. Por causa dela, a terra os havia vomitado. Os israelitas copiaram essa religião e misturaram suas obscenidades com a adoração de Deus, e a terra os vomitou. Atualmente, existem pessoas e religiões que afirmam ser cristãs, mas que copiam essas antigas imoralidades sexuais. Tornaram-se comuns a fornicação e o adultério. Grassam por toda a parte o homossexualismo e a eliminação da vida no útero. Indesejados, os bebês em Canaã eram sacrificados às centenas; atualmente, são jogados aos milhões na lata de lixo — 55 milhões por ano. — Compare com Êxodo 21:22, 23.
Muitas igrejas na cristandade, para não serem rotuladas de antiquadas ou moralistas, apressam-se em embarcar no trem do “vale tudo”. Alguns até fazem provisões para o pecado sexual “seguro”, tais como o ministro da Igreja Unitária Universal que parou o sermão para distribuir “camisinhas” pela congregação.
Um colunista, que é episcopal, disse: “A Igreja Episcopal dos anos 80 é uma loja de taxidermia teológica. Pode-se confiar nela para empalhar e montar na vitrine qualquer tendência da sociedade que pareça mais atualizada. Em alguns anos, é a política. Este ano é o sexo.” Ele se refere a um novo currículo de educação sexual que mostra que “os cristãos não estão atualizados ao se recusarem a tolerar o sexo gay . . . e a beatitude dos não-casados.” Um bispo episcopal de Nova Iorque acredita que “algum dia, os relacionamentos homossexuais responsáveis serão aceitos como se fossem a vontade de Deus”.
Roy Howard Beck, afiliado ao semanário religioso United Methodist Reporter, escreveu em seu livro On Thin Ice (Sobre Gelo Fino): “Já foram flagrados no ato [imoralidades] televangelistas, pregadores das principais correntes religiosas cujos templos têm campanários elevados, bispos, bem-conhecidos líderes carismáticos, destacados líderes leigos, reverenciados pastores de igrejas pequenas, sacerdotes, pentecostais, liberais, conservadores — cite a classe que quiser. Que comentário sobre o papel da igreja em soerguer a sociedade!” — Página 214.

O que você deveria fazer?

O fracasso da Igreja em ensinar o cristianismo genuíno e não adulterado aos povos da África tem tido conseqüências desastrosas. O tribalismo persiste, assim como o nacionalismo em outros lugares, o que resulta em católicos se massacrarem. Que desonra para Cristo! A Bíblia diz que essa matança bárbara identifica as pessoas como “filhos do Diabo”, e Jesus diz, com respeito a essas pessoas: “Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra a lei.” — 1 João 3:10-12; Mateus 7:23.
Então, o que os católicos sinceros precisam fazer? A Bíblia recomenda fortemente que os cristãos estejam alertas contra transigir com quaisquer práticas ou crenças que tornariam sua adoração impura aos olhos de Deus. “Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos”, diz a Bíblia. Para ter o favor de Deus, você precisa ‘separar-se deles e cessar de tocar em qualquer coisa impura aos olhos de Deus’. — 2 Coríntios 6:14-17.

A Igreja e a “inculturação”

John M. Walliggo explicou que “adaptação é o termo usado já por muito tempo para referir-se à mesma realidade”. Em palavras mais simples, “inculturação” significa a assimilação de tradições e conceitos de religiões tribais nas cerimônias e no culto católicos, dando-se novo nome e novo significado a antigos ritos, objetos, gestos e lugares.
A inculturação permite que os africanos sejam considerados católicos de boa reputação e ainda se apeguem a práticas, cerimônias e crenças de suas religiões tribais. Deveria haver objeção a isso? O jornal italiano La Repubblica, por exemplo, perguntou: “Não é verdade que, na Europa, o Natal foi embutido na festa do Solis Invicti, que caía em 25 de dezembro?”
De fato, como comentou o cardeal Josef Tomko, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, “a Igreja missionária praticava a inculturação muito antes de o termo passar a ser usado”. A celebração do Natal ilustra bem isso, como disse La Reppublica. Originalmente, o Natal era uma celebração pagã. “A data de 25 de dezembro não corresponde ao nascimento de Cristo”, reconhece a New Catholic Encyclopedia, “mas à festa do Natalis Solis Invicti, o festival romano do sol, no solstício”.
O Natal é apenas um dentre muitos costumes da Igreja embutidos no paganismo. É o caso de crenças como a Trindade, a imortalidade da alma e o tormento eterno de almas humanas após a morte. O cardeal John Henry Newman, do século 19, escreveu: “Os governantes da Igreja, desde os tempos primitivos, estavam preparados, caso surgisse a ocasião, para adotar, imitar ou sancionar os existentes ritos e costumes da populaça.” Alistando muitas práticas e dias santos eclesiásticos, ele disse que ‘todos eram de origem pagã e foram santificados pela sua adoção na Igreja’.
Quando os católicos entram em regiões não-cristãs, como certas regiões da África, em muitos casos constatam que as pessoas já têm práticas e crenças religiosas similares às da Igreja. Isso acontece porque, em séculos passados, a Igreja adotou práticas e ensinos de povos não-cristãos e introduziu-os no catolicismo. Essas práticas e ensinos, disse o cardeal Newman, foram ‘santificados pela sua adoção na Igreja’.
Assim, quando o Papa João Paulo II visitou povos não-cristãos na África no ano passado, L’Osservatore Romano atribuiu-lhe a declaração: “Em Cotonou [Benin, África], encontrei-me com adeptos do vodu, e ficou evidente, por sua maneira de falar, que, de algum modo, eles já têm em sua mentalidade, ritos, símbolos e índole um pouco daquilo que a Igreja quer oferecer-lhes. Estão apenas esperando que alguém vá lá e lhes dê uma mão para que possam cruzar a fronteira e vivenciar, por meio do Batismo, o que, de algum modo, já vivenciavam antes do Batismo.”

Sobrevivência em risco, diz o sínodo

Os bispos africanos no sínodo expressaram temor pela sobrevivência do catolicismo na África. “Se queremos que a Igreja continue a existir no meu país”, disse Bonifatius Haushiku, um bispo namíbio, “temos de considerar mui seriamente a questão da inculturação”.
Expressando sentimentos semelhantes, a agência católica de notícias Adista, uma agência italiana, disse: “Falar de ‘inculturação’ do Evangelho na África significa falar do próprio destino da Igreja Católica naquele continente, de suas chances de sobreviver ou não.”
Exatamente o que os bispos querem dizer com “inculturação”?

Guerra tribal

Como muitos sabem, os problemas da Igreja Católica são gravíssimos em Burundi e Ruanda, países africanos predominantemente católicos. A guerra tribal lá virou notícia internacional em abril deste ano, quando centenas de milhares de pessoas foram mortas em massacres. Uma testemunha ocular disse: “Vimos mulheres com criancinhas nas costas matando. Vimos crianças matando crianças.”
O jornal National Catholic Reporter comentou sobre a angústia da liderança católica. Disse que o papa “sentiu ‘imensa dor’ ao receber novos relatos de conflitos na pequenina nação africana [Burundi], cuja população é predominantemente católica”.
Os massacres em Ruanda abalaram ainda mais a liderança católica. “Papa condena genocídio em nação 70% católica”, foi uma manchete no mesmo jornal. O artigo dizia: “O conflito nessa nação africana é ‘um verdadeiro genocídio, pelo qual, lamentavelmente, até mesmo os católicos são responsáveis’, disse o papa.”
A atenção dos bispos obviamente estava voltada para a situação em Ruanda, já que as atrocidades nesse país eram cometidas enquanto se realizava o histórico sínodo católico em Roma. O National Catholic Reporter comentou: “O conflito em Ruanda revela algo alarmante: a fé cristã não lançou raízes suficientemente profundas na África para superar o tribalismo.”
Chamando atenção para a preocupação dos bispos em assembléia, o National Catholic Reporter disse ainda: “Esse tema [o tribalismo] foi abordado por Albert Kanene Obiefuna, bispo de Awka, Nigéria, ao falar ao sínodo.” Em seu discurso, Obiefuna explicou: “O africano típico leva a vida familiar e também sua vida cristã no contexto das atividades tribais.”
Depois, sem dúvida pensando em Ruanda, Obiefuna prosseguiu em seu discurso ao sínodo: “Essa mentalidade é tão generalizada que os africanos costumam dizer que, na hora do aperto, não é o conceito cristão da Igreja, como família, que prevalece, mas o adágio ‘sangue é mais grosso do que água’. E, presumivelmente, é possível incluir nessa água as águas do Batismo, por meio das quais a pessoa se filia à família da Igreja. A relação consangüínea é mais importante, até mesmo para o africano que se torna cristão.”
O bispo admitiu assim que, na África, a fé católica não tivera êxito em criar uma fraternidade cristã em que os fiéis realmente amassem uns aos outros como Jesus Cristo ensinou que deviam amar. (João 13:35) Em vez disso, “a relação consangüínea é mais importante” para os católicos africanos, o que resulta em eles colocarem ódios tribais à frente de todas as outras considerações. Como o papa admitiu, os católicos na África precisam assumir a responsabilidade por algumas das piores atrocidades cometidas recentemente.

A igreja católica na África

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA ITÁLIA
A IGREJA Católica tem dezenas de milhões de fiéis na África, e seus problemas lá são graves. Em meados do primeiro semestre deste ano, mais de 300 líderes eclesiásticos reuniram-se no Vaticano, em Roma, para discutir alguns desses problemas num sínodo especial de um mês de duração.
Ao abrir as sessões, o papa disse, conforme noticiado no jornal L’Osservatore Romano: “Hoje, pela primeira vez, realiza-se um Sínodo da Igreja Africana, que abrange todo o continente. . . . Toda a África está presente hoje na Basílica de S. Pedro. Com profunda afeição, o Bispo de Roma saúda a África.”

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Religião Verdadeira

Obviamente, a religião verdadeira não foi afetada pela confusão dos meios de expressão da humanidade, causada por Deus em Babel. A adoração verdadeira havia sido praticada antes do Dilúvio por homens e mulheres fiéis tais como Abel, Enoque, Noé, bem como a esposa, os filhos e as noras de Noé. Depois do Dilúvio a adoração verdadeira foi preservada na linhagem de Sem, filho de Noé. Abraão, um descendente de Sem, praticou a religião verdadeira e tornou-se conhecido como “pai de todos os que têm fé”. (Romanos 4:11) A sua fé foi apoiada por obras. (Tiago 2:21-23) Sua religião era um modo de vida.

A adoração verdadeira continuou a ser praticada na linhagem dos descendentes de Abraão — Isaque, Jacó (ou, Israel), e os 12 filhos de Jacó, dos quais se originaram as 12 tribos de Israel. No final do século 16 AEC, os descendentes de Abraão, através de Isaque, lutavam para preservar a religião pura num ambiente hostil, pagão — o Egito —, onde estavam reduzidos à escravidão. Deus usou seu servo fiel, Moisés, da tribo de Levi, para libertar Seus adoradores do jugo do Egito, um país mergulhado na religião falsa. Por meio de Moisés, Deus concluiu um pacto com Israel, tornando-o Seu povo escolhido. Naquele tempo, Deus regulamentou a sua adoração, temporariamente estabelecendo-a dentro dos limites de um sistema de sacrifícios administrado por um sacerdócio e com um santuário material, primeiro o tabernáculo portátil e, mais tarde, o templo em Jerusalém.

Deve-se notar, contudo, que esses aspectos materiais não se destinavam a se tornar componentes permanentes da religião verdadeira. A Lei era “sombra das coisas vindouras”. (Colossenses 2:17; Hebreus 9:8-10; 10:1) Antes da Lei mosaica, nos tempos patriarcais, os chefes de família aparentemente representavam-nas na oferta de sacrifícios sobre altares que erigiam. (Gênesis 12:8; 26:25; 35:2, 3; Jó 1:5) Mas não havia nenhum sacerdócio organizado, tampouco algum sistema de sacrifícios, com cerimônias e rituais. Ademais, o próprio Jesus expôs a natureza temporária da regulamentada adoração centralizada em Jerusalém quando disse a uma samaritana: “Vem a hora em que nem neste monte [Gerizim, anterior local de um templo samaritano], nem em Jerusalém, adorareis o Pai. . . . Vem a hora, e agora é, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai com espírito e verdade.” (João 4:21-23) Jesus mostrou que a religião verdadeira tem de ser praticada, não com coisas materiais, mas com espírito e verdade.

Origem da Religião Falsa

A religião falsa começou na terra quando os primeiros humanos desobedeceram a Deus e aceitaram a proposta da Serpente de decidir por si mesmos “o que é bom e o que é mau”. (Gênesis 3:5) Ao assim agirem, eles rejeitaram a soberania justa de Deus e abandonaram a adoração correta, a religião verdadeira. Foram eles os primeiros humanos “que trocaram a verdade de Deus pela mentira, e veneraram e prestaram serviço sagrado antes à criação do que Àquele que criou”. (Romanos 1:25) A criatura que, sem se aperceberem escolheram adorar, não era outra senão Satanás, o Diabo, “a serpente original”. (Revelação [Apocalipse] 12:9) O filho mais velho deles, Caim, recusou-se a acatar o conselho bondoso de Deus e, assim, rebelou-se contra a Sua soberania. Conscientemente ou não, Caim tornou-se “filho do mau”, isto é, de Satanás, e praticante da adoração do Diabo. Ele matou seu irmão mais novo, Abel, que praticava a adoração verdadeira, a religião verdadeira. (1 João 3:12, Revised English Bible; Gênesis 4:3-8; Hebreus 11:4) O sangue de Abel foi o primeiro sangue derramado por motivos de intolerância religiosa. Infelizmente, a religião falsa tem continuado a derramar sangue inocente até os dias de hoje. — Veja Mateus 23:29-35; 24:3, 9.

Antes do Dilúvio, Satanás logrou êxito em desviar da religião verdadeira a maioria da humanidade. Noé, porém, “achou favor aos olhos de Deus”. Por quê? Porque “andou com o verdadeiro Deus”. Em outras palavras, ele praticava a adoração verdadeira. Religião verdadeira não é uma cerimônia, tampouco um ritual, mas sim um modo de vida. Envolve depositar fé em Deus e servi-lo obedientemente, ‘andando com ele’. Noé fez isto. — Gênesis 6:8, 9, 22; 7:1; Hebreus 11:6, 7.

Não muito depois do Dilúvio, o Diabo aparentemente usou Ninrode, um homem notório por sua “oposição a Deus”, num esforço de unir toda a humanidade numa forma de adoração que também estaria em oposição a Deus. (Gênesis 10:8, 9; 11:2-4) Teria sido uma única religião falsa unida, adoração unificada do Diabo, centralizada na cidade e na torre que seus adoradores construíram. Deus frustrou esse plano por confundir o “um só idioma” que então era falado por toda a humanidade. (Gênesis 11:5-9) Por conseguinte, a cidade veio a ser chamada de Babel, mais tarde Babilônia, ambos os nomes significando “Confusão”. Esta confusão lingüística resultou na dispersão da humanidade por sobre a Terra.

Mas, parece que, à base da história da mitologia e da religião, antes de Deus ter dispersado a humanidade, Satanás já instilara na mente de seus adoradores certos fundamentos da religião falsa. Estes incluíam os conceitos religiosos da sobrevivência de uma alma após a morte, o temor dos mortos, e a existência de um inferno de fogo no além, junto com a adoração de incontáveis deuses e deusas, alguns dos quais eram agrupados em tríades. Tais crenças foram levadas aos confins da Terra pelos vários grupos lingüísticos. Com o passar do tempo, estes conceitos básicos sofreram variações. Como um todo, porém, eles formam a textura da religião falsa em todas as partes do mundo. Embora frustrado na sua tentativa de criar uma única religião falsa unificada, com capital mundial em Babilônia, Satanás se contentou com diversas formas de adoração falsa, que eram de inspiração babilônica e se destinavam a desviar a adoração de Deus para si mesmo. Babilônia continuou por séculos a ser um influente centro de idolatria, magia, feitiçaria e astrologia — componentes essenciais da religião falsa. Não é de admirar que o livro de Revelação retrate o império mundial da religião falsa como imunda meretriz chamada Babilônia, a Grande. — Revelação 17:1-5.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Identificação dos ensinos de demônios

Podem os humanos tementes a Deus resistir aos ensinos de demônios? Sim, podem, por dois motivos. Primeiro, porque o ensino divino é mais poderoso; e segundo, porque Deus expôs as estratégias de Satanás para que pudéssemos resistir a elas. Conforme disse o apóstolo Paulo, “não desconhecemos os seus desígnios”. (2 Coríntios 2:11) Sabemos que Satanás usa a perseguição como um dos meios para alcançar seus objetivos. (2 Timóteo 3:12) Porém, de modo muito mais sutil, ele procura influenciar a mente e o coração daqueles que servem a Deus. Desencaminhou Eva e pôs no coração dela desejos errados. Ele procura fazer o mesmo hoje. Paulo escreveu aos coríntios: “Tenho medo de que, de algum modo, assim como a serpente seduziu Eva pela sua astúcia, vossas mentes sejam corrompidas, afastando-se da sinceridade e da castidade que se devem ao Cristo.” (2 Coríntios 11:3) Considere como Satanás tem corrompido o modo de pensar da humanidade em geral.

Diante de Eva, Satanás acusou Deus de mentir, e disse que os humanos podiam ser como deuses se desobedecessem ao seu Criador. A atual condição decaída da humanidade prova que o mentiroso foi Satanás, não Deus. Os humanos hoje em dia não são deuses! Satanás, porém, acrescentou a esta primeira mentira mais outras. Introduziu a idéia de que a alma humana é imortal, que não pode morrer. Ele tentou assim a humanidade com a possibilidade de ser como deuses de outra forma. Então, baseado nesta doutrina falsa, promoveu os ensinos do inferno de fogo, do purgatório, do espiritismo e da veneração dos antepassados. Estas mentiras ainda escravizam centenas de milhões de pessoas. — Deuteronômio 18:9-13.

Naturalmente, o que Jeová disse a Adão era verdade. Adão morreu mesmo quando pecou contra Deus. (Gênesis 5:5) Quando Adão e seus descendentes morreram, tornaram-se almas mortas, inconscientes e inativas. (Gênesis 2:7; Eclesiastes 9:5, 10; Ezequiel 18:4) Todas as almas humanas morrem porque herdaram o pecado de Adão. (Romanos 5:12) Lá no Éden, porém, Deus prometeu a vinda duma semente (ou descendente) que combateria as obras do Diabo. (Gênesis 3:15) Esta Semente é Jesus Cristo, Filho unigênito do próprio Deus. Jesus morreu sem pecados, e sua vida sacrificada tornou-se o resgate para tirar a humanidade da sua condição moribunda. Aqueles que obedientemente exercem fé em Jesus têm a oportunidade de receber a vida eterna que Adão perdeu. — João 3:36; Romanos 6:23; 1 Timóteo 2:5, 6.

A verdadeira esperança da humanidade é o resgate, não uma idéia vaga de que a alma sobrevive à morte. Este é o ensino divino. É a verdade. É também uma demonstração maravilhosa do amor e da sabedoria de Deus. (João 3:16) Quão gratos devemos ser de termos aprendido esta verdade e de termos ficado livres dos ensinos de demônios nestes assuntos! — João 8:32.

Satanás, com suas mentiras no Éden, incentivou Adão e Eva a aspirarem ser independentes de Deus e a se estribarem na sua própria sabedoria. Atualmente, vemos o resultado disso a longo prazo nos crimes, nas dificuldades econômicas, nas guerras e na crassa desigualdade existentes no mundo de hoje. Não é de admirar que a Bíblia diga: “A sabedoria deste mundo é tolice perante Deus”! (1 Coríntios 3:19) No entanto, a maioria dos humanos prefere tolamente sofrer em vez de prestar atenção aos ensinos de Jeová. (Salmo 14:1-3; 107:17) Os cristãos que aceitam o ensino divino evitam cair nesta armadilha.

Paulo escreveu a Timóteo: “Ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, desviando-te dos falatórios vãos, que violam o que é santo, e das contradições do falsamente chamado ‘conhecimento’. Por ostentarem tal conhecimento, alguns se desviaram da fé.” (1 Timóteo 6:20, 21) Este “conhecimento” representa também os ensinos de demônios. Nos dias de Paulo, este provavelmente se referia às idéias apóstatas que alguns nas congregações promoviam. (2 Timóteo 2:16-18) Mais tarde, um falsamente chamado conhecimento, tal como o gnosticismo e a filosofia grega, corrompeu a congregação. No mundo atual, o ateísmo, o agnosticismo, as teorias da evolução e a alta crítica feita à Bíblia são exemplos do falsamente chamado conhecimento, assim como são as idéias antibíblicas promovidas por apóstatas da atualidade. Os frutos de todo este falsamente chamado conhecimento podem ser vistos na degradação moral, no amplo desrespeito pela autoridade, na desonestidade e no egoísmo que caracterizam o sistema de coisas de Satanás.

Ensinos de demônios na atualidade

Conforme registrado no livro de Revelação, o apóstolo João foi levado por inspiração ao “dia do Senhor”, que começou em 1914. (Revelação 1:10) Naquela época, Satanás e seus demônios foram expulsos do céu para a vizinhança da Terra — um grande revés para este opositor de nosso Grandioso Criador. Não mais se ouvia no céu sua voz fazendo constantes acusações contra os servos de Deus. (Revelação 12:10) No entanto, que progresso fizeram os ensinos de demônios na Terra desde o Éden? O registro diz: “Foi lançado para baixo o grande dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada.” (Revelação 12:9) Todo um mundo tinha sucumbido às mentiras de Satanás! Não é de admirar que Satanás seja chamado de “o governante deste mundo”. — João 12:31; 16:11.

Admitiu Satanás a derrota depois de ter sido expulso do céu? De modo algum! Ele decidiu continuar a lutar contra o ensino divino e contra os que se apegam a este. Depois de ter sido expulso do céu, Satanás continuou sua guerra: “O dragão [Satanás] ficou furioso com a mulher e foi travar guerra com os remanescentes da sua semente, que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus.” — Revelação 12:17.

Além de Satanás combater os servos de Deus, ele inunda o mundo com a sua propaganda, no empenho de manter a humanidade nas suas garras. Numa das suas visões sobre o dia do Senhor, na Revelação, o apóstolo João observou três animais selvagens, que simbolicamente representavam a Satanás, a sua organização política terrestre e a potência mundial dominante dos nossos tempos. Da boca destes três saíram rãs. O que simbolizavam? João escreve: “São, de fato, expressões inspiradas por demônios e realizam sinais, e vão aos reis de toda a terra habitada, a fim de ajuntá-los para a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso.” (Revelação 16:14) É evidente que os ensinos de demônios estão bem ativos na Terra. Satanás e seus demônios ainda lutam contra o ensino divino, e continuarão a fazê-lo até serem impedidos à força por Jesus Cristo, o Rei messiânico. — Revelação 20:2.

Revelados ensinos de demônios

Esses acontecimentos se encontram registrados na Bíblia em Gênesis 3:1-5. Usando uma serpente, Satanás chegou-se à mulher Eva e perguntou: “É realmente assim que Deus disse, que não deveis comer de toda árvore do jardim?” A pergunta parecia inocente, mas examine-a outra vez. “É realmente assim?” Satanás parecia surpreso, como que dizendo: ‘Será que Deus diria uma coisa dessas?’

Eva, na sua inocência, indicou que era mesmo assim. Ela sabia qual era o ensino divino sobre este assunto, que Deus dissera a Adão que eles morreriam se comessem da árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau. (Gênesis 2:16, 17) Pelo visto, a pergunta de Satanás despertou o interesse dela, de modo que deu atenção ao ponto-chave do argumento dele: “A isso a serpente disse à mulher: ‘Positivamente não morrereis.’” Que coisa perversa a dizer! Satanás acusou Jeová, o Deus da verdade, o Deus de amor, o Criador, de ter mentido aos Seus filhos humanos! — Salmo 31:5; 1 João 4:16; Revelação (Apocalipse) 4:11.
No entanto, Satanás disse mais. Prosseguiu: “Porque Deus sabe que, no mesmo dia em que comerdes dele, forçosamente se abrirão os vossos olhos e forçosamente sereis como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.” De acordo com Satanás, Deus — que fizera provisões tão abundantes para os nossos primeiros pais — queria privá-los de algo maravilhoso. Queria impedir que fossem como deuses. Satanás questionou assim a bondade de Deus. Promoveu também a satisfação da própria vontade e a desconsideração deliberada das leis de Deus, dizendo que agir assim seria vantajoso. Na realidade, Satanás questionou a soberania de Deus sobre a Sua própria criação, alegando que Deus não tinha nenhum direito de impor limites à atuação do homem.

A partir destas palavras de Satanás, começaram a ser ouvidos ensinos de demônios. Estes ensinos iníquos ainda promovem similares princípios ímpios. Assim como Satanás fez no jardim do Éden, ele agora, junto com outros espíritos rebeldes, ainda questiona o direito de Deus de fixar normas de ação. Ainda contesta a soberania de Deus e procura influenciar os humanos para que desobedeçam ao seu Pai celestial. — 1 João 3:8, 10.

Naquela primeira escaramuça na batalha entre o ensino divino e os ensinos de demônios, Adão e Eva fizeram a decisão errada e perderam a esperança de ter vida eterna. (Gênesis 3:19) O passar dos anos e a deterioração dos seus corpos confirmaram-lhes amplamente quem mentira e quem lhes dissera a verdade lá no Éden. No entanto, centenas de anos antes de morrerem em sentido físico, tornaram-se as primeiras baixas na batalha entre a verdade e as mentiras ao serem julgados indignos da vida pelo seu Criador, a Fonte da vida. Isto ocorreu quando morreram em sentido espiritual. — Salmo 36:9; compare com Efésios 2:1.

Ensino divino contra ensinos de demônios

“Alguns se desviarão da fé, prestando atenção a desencaminhantes pronunciações inspiradas e a ensinos de demônios.” — 1 TIMÓTEO 4:1.

IMAGINE passar toda sua vida numa zona de guerra. O que acharia de ir dormir com o barulho de tiroteio e acordar com o retumbar de artilharia? Infelizmente, em algumas partes do mundo, é assim que as pessoas vivem. Em sentido espiritual, porém, todos os cristãos vivem em situações assim. Encontram-se no meio duma grande batalha que já se trava por uns 6.000 anos e que se intensificou em nossos dias. Que guerra milenar é esta? É a batalha da verdade contra a mentira, do ensino divino contra os ensinos de demônios. Não é exagero classificá-la — pelo menos referente a um dos protagonistas — de conflito mais impiedoso e mais mortífero da história da humanidade.

O apóstolo Paulo mencionou os dois lados envolvidos neste conflito ao escrever a Timóteo: “A pronunciação inspirada diz definitivamente que nos períodos posteriores de tempo alguns se desviarão da fé, prestando atenção a desencaminhantes pronunciações inspiradas e a ensinos de demônios.” (1 Timóteo 4:1) Note que os ensinos de demônios seriam especialmente influentes nos “períodos posteriores de tempo”. Encarado do ponto de vista dos dias de Paulo, nós vivemos neste período de tempo. Note também o que se opõe aos ensinos de demônios, a saber, a “fé”. Neste caso, a “fé” representa o ensino divino, baseado nas divinamente inspiradas pronunciações de Deus, contidas na Bíblia. Uma fé assim vivifica. Ela ensina ao cristão fazer a vontade de Deus. É a verdade que conduz à vida eterna. — João 3:16; 6:40.

Todos aqueles que se desviam da fé perdem a possibilidade de ter vida eterna. São as baixas desta guerra. Que resultado trágico de se deixar desencaminhar por ensinos de demônios! (Mateus 24:24) Como podemos nós mesmos evitar estar entre essas baixas? Por rejeitarmos totalmente esses ensinos mentirosos, que só servem ao objetivo do “governante dos demônios”, Satanás, o Diabo. (Mateus 12:24) Como era previsível, os ensinos de Satanás são mentiras, porque ele é “o pai da mentira”. (João 8:44) Note como foi hábil em usar mentiras para desencaminhar nossos primeiros pais.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

TEMPO DE PROVA E DE DESASTRES

Em resposta à pergunta de seus apóstolos, Jesus descreveu primeiro os acontecimentos que levariam à destruição de Jerusalém dentro daquela geração. “E Jesus, em resposta, disse-lhes: ‘Olhai para que ninguém vos desencaminhe; pois muitos virão à base do meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e desencaminharão a muitos. Ouvireis falar de guerras e relatos de guerras; vede que não fiqueis apavorados. Pois estas coisas têm de acontecer, mas ainda não é o fim.’” — Mateus 24:4-6.

Levantar-se-iam judeus, não afirmando ser Jesus retornado na carne, mas serem o prometido Messias ou Cristo. Mas nem os apóstolos, nem seus condiscípulos deviam deixar-se desencaminhar por tais pretensos messias ou cristos, porque a sua atuação não assinalaria a “presença” ou parusia de Jesus Cristo, nem traria a libertação da nação judaica. A revolta judaica contra os romanos, no ano 66 E.C., foi tal esforço messiânico, mas levou à destruição de Jerusalém e à dispersão da nação judaica. As esperanças messiânicas daquelas pessoas desencaminhadas foram amargamente desapontadas.

Durante este período de trinta e sete anos, houve várias guerras, aos ouvidos dos discípulos ou meramente relatadas a eles como notícias. Mas estas guerras, embora afetassem a situação da nação judaica, não eram as que diretamente trariam o fim do sistema judaico de coisas. Por isso, os discípulos não deviam ficar apavorados ao ponto de tomar qualquer ação prematura. “Ainda não é o fim.”

“Porque”, disse Jesus, ampliando o que dissera sobre guerras e relatos de guerras, “nação se levantará contra nação e reino contra reino, e haverá escassez de víveres e terremotos num lugar após outro. Todas essas coisas são um princípio das dores de aflição.” — Mateus 24:7, 8. Também Marcos 13:8.

12 Visto que tais calamidades eram apenas um “princípio das dores de aflição”, “ainda não” era o fim. Aquelas calamidades apenas eram indícios, não a agonia final da morte. Tais coisas afetariam as pessoas em geral, mas havia coisas que viriam especificamente sobre os discípulos de Jesus, porque anunciavam o verdadeiro Messias ou Cristo e seguiam nas suas pisadas. Por isso, Jesus prosseguiu:

“Então vos entregarão a tribulação e vos matarão, e sereis pessoas odiadas por todas as nações, por causa do meu nome. Então, também, muitos tropeçarão e trairão uns aos outros, e se odiarão uns aos outros. E surgirão muitos falsos profetas, e desencaminharão a muitos; e, por causa do aumento do que é contra a lei, o amor da maioria se esfriará. Mas, quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo. E estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” — Mateus 24:9-14. Veja Marcos 13:9-13.

O livro bíblico intitulado “Atos dos Apóstolos” atesta o cumprimento destas palavras proféticas de Jesus Cristo mesmo dentro daquela geração, porque este livro foi escrito pelo médico Lucas por volta do ano 61 E.C. Outros livros bíblicos, cartas inspiradas escritas por apóstolos e por outros discípulos antes da destruição de Jerusalém em 70 E.C., confirmam a narrativa de Atos dos Apóstolos e fazem acréscimos ao registro do sofrimento dos cristãos, sob perseguição e ódio internacionais para com o cristianismo. As boas novas do reino de Deus haviam penetrado além do Oriente Médio, na Ásia Menor, na Ásia continental, na África, na Europa e nas ilhas do Mar Mediterrâneo. A pregação da mensagem do Reino foi realizada em toda a terra habitada. Embora não resultasse numa conversão mundial ao cristianismo, o que nunca se destinava a realizar, resultou num testemunho a todas as nações. (Colossenses 1:6, 23) Antes de esta façanha louvável ser realizada por testemunhas cristãs denodadas, não podia vir o fim calamitoso de Jerusalém e do sistema judaico de coisas.

Avizinha-se a terminação do “sinal” predito

PODEMOS hoje ser gratos de que os apóstolos de Jesus Cristo lhe fizeram a pergunta: “Dize-nos: Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” (Mateus 24:3) Sua pergunta levou a que ele proferisse uma profecia extensa e pormenorizada, cuja exatidão nos deixa espantados, ao vermos o progresso de seu cumprimento neste momentoso século vinte. Ajuda-nos a determinar com certeza onde estamos na realização do propósito de Deus para com a humanidade sofredora. Somos fortalecidos na nossa crença de que realmente vivemos durante a “presença” invisível de Cristo, em espírito, e na “terminação do sistema de coisas”, pois vemos o “sinal” que ele predisse.

O “sinal”, em todos os seus pormenores, avizinha-se de sua fase de completa clareza, sem qualquer margem de erro por parte de observadores atentos. O “sinal” tem muitas particularidades, conforme apresentadas na narrativa de Mateus, capítulos vinte e quatro e vinte e cinco, na narrativa de Marcos, capítulo treze, e na narrativa de Lucas, capítulo vinte e um; e levou quase a duração da vida de uma geração da humanidade para se evidenciarem plenamente todas as particularidades do “sinal”. Nos capítulos precedentes, consideramos estas particularidades do sinal, conforme descritas na narrativa de Mateus, capítulo vinte e cinco. Agora consideraremos estas particularidades apresentadas no capítulo vinte e quatro, junto com as narrativas comparativas fornecidas por Marcos e Lucas.

Quando os apóstolos de Cristo iniciaram sua pergunta por dizer: “Dize-nos: Quando sucederão estas coisas?”, eles se referiram às coisas que Jesus havia dito profeticamente naquele mesmo dia de terça-feira, 11 de nisã do ano 33 E.C. No templo de Jerusalém, depois de denunciar os escribas e fariseus religiosos, hipócritas, Jesus prosseguira, dizendo: “Eu vos estou enviando profetas, e sábios, e instrutores públicos. A alguns deles matareis e pendurareis em estacas, e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade; para que venha sobre vós todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem assassinastes entre o santuário e o altar. Deveras, eu vos digo: Todas essas coisas virão sobre esta geração. Jerusalém, Jerusalém, matadora dos profetas e apedrejadora dos que lhe são enviados — quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas! Mas vós não o quisestes. Eis que a vossa casa vos fica abandonada. Pois eu vos digo: De modo algum me vereis doravante, até que digais: ‘Bendito aquele que vem em nome de Deus!’”

Antes de Jesus sair do templo ou da casa de adoração, acrescentou mais palavras duma profecia solene, a respeito da qual lemos: “Afastando-se então, Jesus ia sair do templo, mas os seus discípulos aproximaram-se para mostrar-lhe os edifícios do templo. Ele, porém, disse-lhes: ‘Não observais todas estas coisas? Deveras, eu vos digo: De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.’” — Mateus 23:34 a 24:2.

Apenas dois dias antes, no domingo, 9 de nisã, ele havia interrompido sua viagem triunfal em direção a Jerusalém e chorado sobre ela, por causa de sua vindoura destruição. Predizendo a destruição terrível dela pelos romanos, em 70 E.C., ele disse: “Porque virão sobre ti os dias em que os teus inimigos construirão em volta de ti uma fortificação de estacas pontiagudas e te cercarão, e te afligirão de todos os lados, e despedaçarão contra o chão a ti e a teus filhos dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não discerniste o tempo de seres inspecionada.” — Lucas 19:41-44.

Para os judeus naturais e circuncisos, tais como eram os apóstolos de Cristo, estas eram predições perturbadoras. À geração de que faziam parte sobreviria o sangue inocente derramado no decorrer da história judaica e antes. Exatamente quando se cumpririam tais coisas? Eles queriam saber isso. Criam em Jesus e professavam que ele era o Messias ou Ungido, o Cristo. Mas a predita destruição de Jerusalém indicava que ele não estabeleceria seu reino messiânico naquela cidade condenada. Falou de ele não ser visto “doravante”, mas também de sua vinda “em nome de Deus”. Quando estaria novamente presente, para desempenhar seu papel messiânico? A vindoura destruição de Jerusalém e de seu templo certamente tinha de significar o fim do sistema judaico de coisas. Sem cidade santa e sem templo santo, o sacerdócio judaico da família de Arão, o levita, podia estar entre “filhos” de Jerusalém que seriam despedaçados “contra o chão” ou pelo menos seriam postos fora do seu serviço no templo. Não é de se admirar que os apóstolos perguntassem não só sobre a destruição de Jerusalém e de seu templo, mas também: “Qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?”

Suas perguntas referiam-se a pontos corretos de indagação, pois Jesus veio na “terminação” do sistema judaico de coisas. Outros textos falam da situação no mesmo sentido. Hebreus 9:26-28 mostra que Jesus não precisava fazer sacrifícios repetidos de si mesmo e diz: “Senão teria de sofrer muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas agora ele se manifestou uma vez para sempre, na terminação dos sistemas de coisas, para remover o pecado por intermédio do sacrifício de si mesmo. . . . assim também foi oferecido o Cristo uma vez para sempre, para levar os pecados de muitos.” Também 1 Coríntios 10:11 diz: “Ora, estas coisas lhes aconteciam como exemplos e foram escritas como aviso para nós, para quem já chegaram os fins dos sistemas de coisas.” Contado desde o ano da profecia de Jesus sobre o assunto, o sistema judaico de coisas ainda tinha trinta e sete anos de existência, menos de uma geração com a duração de quarenta anos. Jerusalém foi tomaria e destruída pelos romanos em 7 de elul (ou: 30 de agosto de 70 E.C., segundo o calendário gregoriano). O registro bíblico não diz quantos dos apóstolos de Cristo escaparam do martírio e sobreviveram até aquele acontecimento horrível.

domingo, 1 de agosto de 2010

Primitivos Empenhos de Reforma

A crise na Igreja foi notada não apenas por homens como Erasmo e Maquiavel, mas também pela própria Igreja. Convocavam-se concílios da Igreja para considerar algumas das queixas e abusos, mas sem resultados duradouros. Os papas, refestelando-se em poder e glória pessoais, desestimulavam quaisquer empenhos reais de reforma.

Tivesse a Igreja levado mais a sério a limpeza interna, talvez não teria havido Reforma. Mas, do jeito como era, começaram-se a ouvir clamores por reforma de dentro e de fora da igreja. No Capítulo 11 já mencionamos os valdenses e os albigenses. Embora tivessem sido condenados como hereges e impiedosamente esmagados, eles haviam despertado no povo um descontentamento com os abusos do clero católico e suscitado o desejo de um retorno à Bíblia. Tais sentimentos encontraram expressão através de vários primitivos Reformadores.

A Igreja em Declínio

Em fins do século 15, a Igreja de Roma, com paróquias, mosteiros e conventos espalhados por todos os seus domínios, tornara-se a maior proprietária de terras de toda a Europa. Consta que ela era dona de nada menos que a metade das terras na França e na Alemanha, e dois quintos ou mais na Suécia e na Inglaterra. O resultado? O “esplendor de Roma aumentou imensuravelmente em fins dos anos 1400 e início dos 1500, e sua importância política prosperou temporariamente”, diz o livro Uma História da Civilização (em inglês). Toda essa grandeza, porém, tinha um preço, e, para mantê-la, o papado teve de encontrar novas fontes de renda. Descrevendo os vários métodos empregados, o historiador Will Durant escreveu:

“Cada delegado eclesiástico era solicitado a enviar à Cúria Papal — escritórios de administração do papado — metade da renda de seu cargo para o primeiro ano (‘anatas’), e daí em diante um décimo ou dízimo por ano. Um novo bispo tinha de pagar ao papa uma quantia importante [pelo] pálio — tira de lã branca que servia de confirmação e insígnia de sua autoridade. Na morte de um cardeal, arcebispo, bispo ou abade, suas propriedades particulares revertiam ao papado. . . . Todo julgamento ou favor conseguido da Cúria exigia um presente como confirmação, e às vezes, o julgamento era ditado pelo presente.”

As grandes somas que ano após ano afluíam aos cofres papais acabaram levando a muitos abusos e corrupção. Tem-se dito que ‘nem mesmo um papa pode tocar em piche sem sujar os dedos’, e a história da Igreja desse período teve o que certo historiador chamou de “uma sucessão de papas bem mundanos”. Entre estes havia Sisto IV (papa de 1471-84), que gastou enormes somas para construir a Capela Sistina, que leva seu próprio nome, e para enriquecer seus muitos sobrinhos e sobrinhas; Alexandre VI (papa de 1492-1503), o infame Rodrigo Bórgia, que abertamente reconhecia a seus filhos ilegítimos e dava-lhes cargos; e Júlio II (papa de 1503-13), sobrinho de Sisto IV, que era mais propenso a guerras, política e arte do que a seus deveres eclesiásticos. Foi com plena justificação que o erudito católico holandês, Erasmo, escreveu em 1518: “A falta de vergonha da Cúria Romana atingiu o clímax.”

A corrupção e a imoralidade não se limitavam ao papado. Costumava-se dizer na época: “Se quer estragar seu filho, faça dele um sacerdote.” Registros daquele tempo confirmam isso. Segundo Durant, na Inglaterra, entre as “acusações de incontinência [sexual] registradas em 1499, . . . os faltosos clericais perfaziam uns 23 por cento do total, embora o clero fosse talvez menos de 2 por cento da população. Alguns confessores pediam favores sexuais a suas penitentes. Milhares de padres tinham concubinas; na Alemanha, quase todos.” (Contraste com 1 Coríntios 6:9-11; Efésios 5:5.) Os deslizes morais alcançaram também outras áreas. Consta que certo espanhol da época se queixou: “Vejo que dificilmente podemos obter algo dos ministros de Cristo sem ser por dinheiro; no batismo, dinheiro . . . no casamento, dinheiro, para confissão, dinheiro — sim, nem mesmo a extrema unção se consegue sem dinheiro! Eles não tocam os sinos sem dinheiro, não realizam funerais religiosos sem dinheiro; parece que o Paraíso está vedado aos que não têm dinheiro.” — Contraste com 1 Timóteo 6:10.

Resumindo a situação da Igreja Romana no início do século 16, citamos as palavras de Maquiavel, famoso filósofo italiano daquela época:

“Se a religião do cristianismo tivesse sido conservada segundo os preceitos do Fundador, o Estado e a comunidade da cristandade seriam muito mais unidos e felizes do que o são. Nem pode haver maior prova de sua decadência do que o fato de que quanto mais perto estão as pessoas da Igreja Romana, cabeça de sua religião, menos religiosas são.”

A reforma — a busca toma um novo rumo

“A VERDADEIRA tragédia da igreja medieval é que ela deixou de acompanhar os tempos. . . . Longe de ser progressiva, longe de prover liderança espiritual, ela foi retrógrada e decadente, corrupta em todos os seus setores.” Assim diz o livro A História da Reforma (em inglês) sobre a poderosa Igreja Católica Romana, que dominou a maior parte da Europa entre o 5.° século e o século 15 da EC.

2 Como foi que a Igreja de Roma caiu de sua posição todo-poderosa tornando-se ‘decadente e corrupta’? Como foi que o papado, que dizia ser a sucessão apostólica, fracassou em prover “liderança espiritual”? E o que resultou desse fracasso? Para acharmos as respostas, temos de examinar brevemente que tipo de igreja ela deveras se tornara, e que papel desempenhou em ajudar a humanidade na busca do Deus verdadeiro.