sexta-feira, 23 de abril de 2010

Confirmado o Celibato — Por Quê?

Mas, no fim, os bispos por grande maioria votaram contra o celibato opcional. Sua atitude foi que o declínio em 40 por cento das inscrições nos seminários e o número cada vez maior de sacerdotes desistentes — 11.000 saíram entre 1963 e 1969 — não se devia à regra do celibato. Antes, sustentaram que isto se devia a uma crise de fé por parte dos sacerdotes; que, afinal de contas, apenas uma minoria de sacerdotes estavam envolvidos e que sua perda de fé era atribuível a fatores externos tais como a TV, jornais e revistas.

Especialmente influentes em fazer com que os bispos votassem contra as exceções em casos especiais foram os argumentos do Cardeal Conway, da Irlanda. Insistiu que não poderiam permitir que os sacerdotes se casassem em um país europeu e não em outro; que não podiam permitir tal coisa em terras distantes e não a permitir na Europa também. Avisou mais que permitir qualquer brecha no celibato resultaria em sua inteira destruição. Também avisou que era necessário por fim em quaisquer esperanças nutridas por sacerdotes ou seminaristas de que talvez o celibato se tornasse opcional.

Comentando este aspecto da discussão do sínodo, certo editor católico declarou: “O Sínodo não foi aprovado no teste. Não . . . por ter . . . fechado praticamente a porta para a ordenação de homens casados, mas por causa do incrivelmente baixo nível de seus argumentos. coram dominados por suspeita e temor: temor das conseqüências, . . . temor até mesmo de que a santidade do sacerdócio fosse ‘contaminada’ pelo casamento, como certo bispo se expressou.”

A regra: do celibato foi confirmada também porque os bispos, de modo geral, mostraram completa falta de empatia para com os sacerdotes que serviam sob eles; a espécie de empatia que o Bispo Gran, de Oslo, demonstrou. O fato de que 72 por cento deles tinham mais de cinqüenta anos talvez tenha algo que ver com isso. E também não tiveram simpatia, piedade, compaixão para com os milhões de católicos para os quais só há um sacerdote para cada 4.000 pessoas. Muito distantes de seus corações estavam os sentimentos de Cristo Jesus, que instou a seus seguidores para orarem em prol de mais trabalhadores para o campo de colheita, devido à triste sorte de seu povo. — Mat. 9:36-38.

O Papa Paulo não deixara dúvidas nas mentes de seus bispos de qual era sua posição sobre o celibato. Ademais, compareceu regularmente às, reuniões e, nas suas conferências semanais à imprensa, deu a entender como se sentia sobre o que ocorria no sínodo. E, quando surgiu a ocasião de se votar, embora vários bispos destacados desejassem que o voto fosse anônimo, o papa insistiu que queria saber como cada um votou.

Exatamente por que o papa se apega tão tenazmente ao celibato sacerdotal? Será porque ‘é a pedra mais linda da coroa sacerdotal’, colocando os sacerdotes acima do homem comum? Será porque é mais econômico e conveniente tratar com homens solteiros do que com homens com família? Ou será porque resulta em sempre trazer sangue novo ao sacerdócio? É possível; é possível.

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