sábado, 3 de abril de 2010

A partilha das Riquezas Com os Pobres

Talvez os apelos mais predominantes do papa durante a sua visita americana fossem os de rejeitar o materialismo e de partilhar com os pobres. Algumas horas depois de falar às Nações Unidas sobre este assunto, ele disse a uma assistência de uns 80.000 no Estádio Ianque, de Nova Iorque: “Temos de encontrar um meio simples de vida. Porque não é direito que o padrão de vida dos países ricos procure manter-se por esgotar grande parte das reservas de energia e de matérias-primas destinadas a servir a humanidade como um todo.”

No entanto, que efeito acha que tais palavras produzem quando provêm dum homem trajado de vestes régias, que anda em belas limusines e vive em considerável luxo? O Bispo Mariano Gaviola, secretário geral da Conferência dos Bispos das Filipinas em 1970, proveu algumas idéias quando observou: “Quando os bispos [e podemos acrescentar, o papa] condenam o suborno e a corrução no governo ou falam contra o mau uso da riqueza, algumas pessoas se perguntam se este não é o caso de rir-se o roto do esfarrapado.”

As manifestações externas de riqueza por parte da Igreja Católica têm preocupado muitos católicos. O jornal The Province, do Canadá, noticiou as opiniões do frade agostiniano Robert Adolfs, declaradas em 2 de setembro de 1967:

“O Padre Adolfs diz sem rodeios que a igreja só pode sobreviver se seguir o exemplo de Jesus Cristo por esvaziar-se a si mesma de todo o ‘esplendor principesco’ e assumir o humilde papel de servo. . . .

“Ele diz que o Papa, e também os cardeais e os bispos, deveriam deixar de usar paramentos e coroas ostentosos, e outras peças de vestuário, que ‘são sugestivos de uma corte real’ antes que de um servo que lava os pés de seus irmãos.”

O Papa João Paulo II, em grau limitado, pelo visto procurou evitar a imagem de pompa e esplendor. Igual a seu predecessor João Paulo I, rejeitou o trono papal, carregado sobre ombros, para as audiências. Mas, bastou isso?

Em 1971, O Cardeal José Clements, chefe da Igreja Católica na Bolívia, propôs que a Igreja se livrasse dos tesouros acumulados no decorrer dos séculos e usasse o dinheiro para construir casas, escolas, estradas e indústrias. “A verdadeira pobreza dá à igreja autoridade e credibilidade”, disse ele.

Mas, seguirá a Igreja tal proposta? Praticará a partilha de sua riqueza com os pobres, conforme o papa aconselhou que as nações ricas devem fazer? No passado, ela não esteve inclinada a fazer isso; resta ver se ainda irá fazer isso.

No entanto, a questão realmente importante não é: Praticará a Igreja o que o papa pregou? Antes, é: Praticará o que a Bíblia ensina?

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