sábado, 3 de abril de 2010

A concessão da Liberdade Religiosa

O Papa João Paulo II fez um eloqüente apelo perante as Nações Unidas para que se concedesse às pessoas em toda a parte “plenos direitos debaixo de qualquer regime ou sistema político”. Mas, aderiu a Igreja Católica ao proceder instado pelo papa para os estados políticos do mundo?

A contínua perseguição de muitos não-católicos em países de dominação católica, tais como a Argentina, responde que não. De fato, durante a década de 1960, o Cardeal Arriba y Castro afirmou: “Temos de lembrar-nos de que só a Igreja Católica tem o direito de pregar o evangelho. O proselitismo num estado católico e mau e tem de ser reprimido.” O Cardeal Ottaviani, naquele tempo o prelado mais poderoso depois do Papa Paulo VI, expressou essencialmente a mesma opinião. O periódico The Catholic Warld, de março de 1965, disse sobre ele:

“A sua idéia de tolerância religiosa pode ser declarada brevemente do seguinte modo: embora não se possa dizer que a verdade e o erro como tais envolvam direitos, a pessoa precisa sustentar que pessoas que professam a verdade devem receber os direitos que são negados aos que professam erro. Nesta base, a Igreja Católica exigirá, quando suficiente. mente forte, que o Estado lhe conceda uma posição privilegiada e restrinja as atividades de outros grupos religiosos. Se, porém, a Igreja for em si mesma uma minoria, ou defenderá a liberdade garantida por um estado liberal ou protestará em nome dos direitos do homem contra a opressão por um regime tal como o Estado comunista.”

Novamente, para muitos ouvintes, as palavras do papa, quando examinadas à luz dos próprios antecedentes da Igreja Católica, de opressão de outros, parecem não só vazias, mas bastante hipócritas. No entanto, o próprio Papa João Paulo II pode ser sincero no seu desejo de que se conceda a todos a liberdade religiosa. Durante o Concílio Vaticano II, quando era o Bispo Karol Wojtyla, de Cracóvia, na Polônia, ele argumentou que a Igreja não podia reivindicar a liberdade religiosa a menos que a concedesse aos outros. De modo que só o tempo dirá se a Igreja praticará o que o papa pregou sobre este assunto.

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