sábado, 24 de abril de 2010

Será que Deus se agrada na dor auto-inflingida?

Será que o amoroso Criador deriva qualquer satisfação de observar pessoas torturar a si mesmas? Embora seja verdade que às vezes os cristãos sejam forçados a se tornar “partícipes dos sofrimentos do Cristo”, isso não significa que estejam à procura de tribulações ou do status de mártir. — 1 Pedro 4:13.

Certamente, Jesus de modo algum era asceta. Os líderes religiosos se queixaram de que os discípulos dele não jejuavam, e até mesmo o acusaram de ser “comilão e dado a beber vinho”. (Mateus 9:14; 11:19) Jesus mostrou-se moderado em tudo e não exigia de si ou dos outros mais do que o razoável. — Marcos 6:31; João 4:6.

Em nenhum trecho das Escrituras encontramos qualquer base para o asceticismo, como se negar-nos a nós mesmos as necessidades ou mesmo os confortos da vida granjeasse o favor de Deus. Note as palavras do apóstolo Paulo sobre tais práticas dolorosas: “Estas mesmas coisas, deveras, têm aparência de sabedoria numa forma de adoração imposta a si próprio e em humildade fingida, no tratamento severo do corpo; mas, não são de valor algum em combater a satisfação da carne.” — Colossenses 2:23.

Quando era monge, Martinho Lutero literalmente torturava a si mesmo. Mais tarde, porém, voltou-se contra tais práticas, dizendo que elas encorajavam a idéia de que há duas estradas que levam a Deus, uma superior e outra inferior, ao passo que as Escrituras ensinam que só há um caminho para a salvação: exercer fé em Jesus Cristo e em seu Pai, Jeová. (João 17:3) Rituais dolorosos, por outro lado, eram considerados por alguns como forma de auto-salvação.

O livro Church History in Plain Language (A História da Igreja em Linguagem Clara) comenta a respeito do asceticismo: “Sustentando o inteiro empreendimento havia um conceito errôneo sobre o homem. A alma, dizia o monge, está acorrentada à carne como um prisioneiro a um cadáver. Esse não é o conceito bíblico da vida humana.” Sim, a própria idéia de que a dor auto-inflingida possa agradar a Deus é alheia às Escrituras. Seu fundamento encontra-se na falácia gnóstica de que tudo o que está relacionado com a carne é ruim e deve ser maltratado tanto quanto possível para se ganhar a salvação.

Visto que Deus quer que sejamos felizes, servir a este Deus tão agradável não é questão de tornar-se asceta. (Eclesiastes 7:16) Assim, nenhuma parte das Escrituras nos diz que sofrimentos auto-impostos são o caminho para a salvação. Ao contrário, a Palavra de Deus deixa claro que é o sangue de Cristo, junto com nossa fé nele, que nos purifica de todo o pecado. — Romanos 5:1; 1 João 1:7.

Um comentário:

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