sábado, 10 de abril de 2010

A História do Celibato Clerical

Primeiro Século: “Não encontramos no Novo Testamento qualquer indício de o celibato ser compulsório, quer para os Apóstolos, quer para aqueles a quem eles ordenaram.” — The Catholic Encyclopedia.

Quarto Século: “A mais antiga evidência duma lei sobre o celibato sacerdotal é o Cânone 33 do Concílio de Elvira [Espanha], por volta de 300 EC.” — Dictionnaire de Théologie Catholique (Dicionário de Teologia Católica).

“O Concílio de Nicéia [325 EC] recusou-se a impor esta lei [Cânone 33, de Elvira] a toda a Igreja.” — A Catholic Dictionary.

Até o Décimo Século: “Durante séculos, esta questão do celibato do clero foi um assunto de constante contenda no seio da Igreja. Crimes desnaturais abundavam entre os clérigos; seus cargos, no nono e no décimo séculos, pareciam ser considerados como uma licença para excessos. . . . Muitos sacerdotes viviam abertamente amancebados, embora os concílios sempre expedissem novas ordens contra eles.” — Cyclopœdia de M’Clintock e Strong.

Século Onze: “O Sínodo de Paris (1074), sem hesitação, declarou que a lei do celibato era intolerável e desarrazoada. . . . Em alguns países, mais uma vez, tal lei não foi observada, quer no todo, quer em parte, por longo tempo. Na Inglaterra, o Sínodo de Winchester, em 1076, achou correto conceder, pelo menos aos sacerdotes já casados, no interior e nos pequenos povoados, a permissão de reterem suas esposas.” — A Manual of Church History (Manual de História Eclesial; católico), de F. X. Funk.

Século Doze: “Por fim, em 1123, no Primeiro Concílio de Latrão, foi sancionado um regulamento (confirmado mais explicitamente no Segundo Concílio de Latrão, cân[one] vii) que, ao passo que, em si, não estava fraseado de forma clara, era entendido como declarando inválidos os casamentos contraídos pelos subdiáconos ou eclesiásticos de quaisquer ordens superiores. . . . Pode-se dizer que isto marcou a vitória da causa do celibato.” (O grifo é nosso.) — The Catholic Encyclopedia.

Até o Século Dezesseis: “Na Igreja Latina, a promulgação da lei [do celibato] não pôs fim à controvérsia. Nos séculos 13 e 14, muitos especialistas em lei canônica, e até bispos, exigiam a adoção da legislação [da Igreja] Oriental, que permitia que os sacerdotes se casassem. Encontraram um argumento fácil na degradação da moral sacerdotal e até religiosa, característica do início da Idade Média. Os grandes concílios de Constância (1414-18), de Basiléia (1431-39) e de Trento (1545-63), testemunharam os pedidos dos bispos e dos teólogos de que fosse ab-rogada a lei do celibato.” — Encyclopœdia Universalis.

“No Concílio de Trento (1545-63), diversos bispos, e o imperador Carlos V, mostraram-se a favor do relaxamento da regra [do celibato]. Mas a maioria das vozes decidiu que Deus não reteria o dom da castidade daqueles que corretamente orassem pedindo-o, e a regra do celibato foi assim, finalmente e para sempre, imposta aos ministros da Igreja Católica Romana. (O grifo é nosso.) — Cyclopœdia de M’Clintock e Strong’s .

Século Vinte: “Em relação com o II Concílio do Vaticano (1962-65), o celibato clerical mais uma vez tornou-se causa de fermento na Igreja Romana. . . . Após o concílio, aumentou tremendamente o número de sacerdotes que procuraram deixar o sacerdócio e casar-se. . . . O Papa Paulo VI, contudo, promulgou uma encíclica, Sacerdotalis Caelibatus (23 de junho de 1967), reafirmando a lei tradicional sobre o celibato.” — Encyclopœdia Britannica.

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