quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quando o homem estava com Deus no paraíso

JÁ PENSAMOS alguma vez no que está envolvido nas expressões “o Criador dos céus” e também “Deus que criou todas as coisas”? Estas expressões indicam que houve um tempo em que Deus estava sozinho. (Isaías 42:5; Efésios 3:9) Não existia nenhuma criação. Portanto, durante um passado eterno, este Deus estava todo sozinho e ainda não se tornara Criador. É por isso que o profeta Moisés disse em oração a Deus: “Antes de nascerem os montes, ou a terra e o universo virem a ter dores de parto, e de eternidade a eternidade, tu és Deidade.” (Salmos 90:2, tradução inglesa de Byington) Durante todo este passado eterno, antes da criação, Deus pôde deleitar-se.

Veio o tempo em que Deus se propôs tornar-se Pai. Isto não significava tornar-se Criador de coisas inanimadas, ininteligentes. Significava dar existência a inteligências vivas, a filhos com alguma semelhança com ele, seu Pai. Propôs-se assim assumir a responsabilidade de ter uma família de filhos. Que espécie de filhos propôs-se produzir primeiro? Não filhos humanos, porque neste caso teria de produzir primeiro um globo terrestre em que pudessem viver. Razoavelmente, Deus produziria filhos que, iguais a Ele, fossem celestiais, sendo espirituais assim como Ele é espírito. Seriam assim filhos espirituais, que pudessem vê-lo e tivessem acesso direto à Sua presença, e com os quais pudesse comunicar-se diretamente.

A existência de tais filhos espirituais de Deus não é mera imaginação religiosa. O escritor do livro bíblico de Jó, provavelmente o profeta Moisés, fala deles no capítulo inicial do livro, dizendo: “Ora, veio a ser o dia em que os filhos do verdadeiro Deus entraram para tomar sua posição perante Deus.” (Jó 1:6) Uma segunda reunião destes filhos celestiais do verdadeiro Deus é trazida à nossa atenção em Jó 2:1. Existirem estes filhos espirituais de Deus nos céus invisíveis antes da criação de nossa terra é salientado ao Deus falar ao homem Jó, desde o invisível, e perguntar: “Onde vieste a estar quando fundei a terra? . . . quando as estrelas da manhã juntas gritavam de júbilo e todos os filhos de Deus começaram a bradar em aplauso?” Evidentemente, estes filhos de Deus, brilhando assim como as estrelas da manhã nos céus, estavam interessados no propósito de Deus, de criar nossa terra, e admiravam o modo em que ele a criou, ‘estendendo o norte sobre o vazio e suspendendo a terra sobre o nada’, no espaço. — Jó 38:4-7; 26:7.

Quem foi o primeiro filho espiritual de Deus que Ele criou? Este, em razão de sua prioridade, seria corretamente chamado de princípio da criação de Deus. Sendo o primeiro membro da família celestial de Deus, podia também ser chamado de primogênito de toda a criação. Pensarmos nisso agora nos faz lembrar do que diz o oitavo capítulo do livro de Provérbios, onde a sabedoria divina é retratada qual pessoa que fala sobre si mesma. Naturalmente, no texto original hebraico de Provérbios, a palavra “sabedoria” (hhakhmáh) é do gênero feminino e fala sobre si mesma como pessoa feminina. (Provérbios 8:1-4) Naturalmente, a sabedoria divina não possui existência separada a parte de Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário