quarta-feira, 30 de junho de 2010

Por que são “felizes” os que pranteiam?

“Felizes os que pranteiam, porque serão consolados.” (Mat. 5:4) “Os que pranteiam” são o mesmo tipo de pessoas que os “cônscios de sua necessidade espiritual”. Eles não pranteiam no sentido de lamentar sua sorte na vida. Seu pranto se deve à tristeza causada por sua própria condição pecaminosa e pelas condições existentes devido à imperfeição humana. Por que os que pranteiam são “felizes”? Porque exercem fé em Deus e em Cristo e são consolados por terem uma boa relação com Deus. — João 3:36.
Será que pessoalmente lamentamos as injustiças, tão comuns no mundo de Satanás? Qual é, na realidade, o nosso conceito sobre o que o mundo tem a oferecer? O apóstolo João escreveu: “Tudo o que há no mundo — o desejo da carne, e o desejo dos olhos, e a ostentação dos meios de vida da pessoa — não se origina do Pai.” (1 João 2:16) Mas que dizer se percebemos que nossa própria espiritualidade está sendo desgastada pelo “espírito do mundo”, a força impelente que domina a sociedade humana alienada de Deus? Nesse caso, devemos orar fervorosamente, estudar a Palavra de Deus e buscar a ajuda dos anciãos. Ao nos achegarmos cada vez mais a Deus ‘acharemos consolo’, seja qual for a causa de nossa aflição. — 1 Cor. 2:12; Sal. 119:52; Tia. 5:14, 15.

“Os cônscios de sua necessidade espiritual”

“Felizes os cônscios de sua necessidade espiritual, porque a eles pertence o reino dos céus.” (Mat. 5:3) “Os cônscios de sua necessidade espiritual” reconhecem sua carência nesse sentido e que precisam da misericórdia de Deus.
Os cônscios de sua necessidade espiritual são felizes “porque a eles pertence o reino dos céus”. Aceitar a Jesus como Messias abriu para seus discípulos a oportunidade de governar com ele no Reino celestial de Deus. (Luc. 22:28-30) Quer tenhamos a esperança de ser co-herdeiros de Cristo no céu, quer de viver para sempre no paraíso terrestre sob o governo do Reino, podemos ser felizes se realmente estivermos cônscios de nossa necessidade espiritual e bem cientes de que dependemos de Deus.
Nem todos estão cônscios de sua necessidade espiritual, pois muitos não têm fé e não dão valor às coisas sagradas. (2 Tes. 3:1, 2; Heb. 12:16) Para suprir nossa necessidade espiritual temos o estudo diligente da Bíblia, a atividade zelosa em fazer discípulos e a freqüência às reuniões cristãs. — Mat. 28:19, 20; Heb. 10:23-25.

Como as palavras de Jesus promovem a felicidade

‘[Jesus] subiu ao monte e vieram a ele os seus discípulos; e ele começou a ensiná-los.’ — MAT. 5:1, 2.
É O ANO de 31 EC. Jesus interrompe brevemente sua viagem de pregação na Galiléia para comemorar a Páscoa em Jerusalém. (João 5:1) Voltando à Galiléia, ele ora a noite inteira em busca de orientação divina para a escolha dos 12 apóstolos. No dia seguinte ajunta-se uma multidão enquanto Jesus cura os doentes. Reunido com seus discípulos e outros, ele se senta na encosta de um monte e começa a ensinar. — Mat. 4:23–5:2; Luc. 6:12-19.
2 Jesus inicia seu discurso — o Sermão do Monte — mostrando que a felicidade resulta de uma boa relação com Deus. (Leia Mateus 5:1-12.) Felicidade é ‘uma condição de bem-estar que vai do contentamento à intensa alegria’. As nove bem-aventuranças que Jesus considerou destacam o motivo da felicidade dos cristãos e essas palavras são tão proveitosas hoje como eram uns 2 mil anos atrás. Examinemos agora cada uma dessas palavras.

Por que a pregação do apóstolo Paulo em Éfeso causou alvoroço entre os prateiros?

Os prateiros de Éfeso prosperaram fabricando “santuários de prata para Ártemis”, padroeira de Éfeso, deusa da caça, da fertilidade e do parto. (Atos 19:24) Sua imagem supostamente havia caído “do céu”, e ela foi colocada no templo de Ártemis, em Éfeso. (Atos 19:35) Esse templo era considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Todo ano, multidões de peregrinos afluíam a Éfeso durante março/abril para assistir às festividades em honra à Ártemis. O grande número de visitantes resultava na demanda de objetos de veneração para serem usados como suvenires, amuletos, ofertas para a deusa ou para a adoração em família quando os peregrinos voltassem para casa. Antigas inscrições em Éfeso falam da fabricação de estátuas de ouro e prata de Ártemis, e outras inscrições mencionam especificamente a sociedade de prateiros.
Paulo ensinou que os ídolos ‘feitos por mãos não são deuses’. (Atos 19:26) Assim, os prateiros viram seu meio de vida ameaçado e provocaram um tumulto para protestar contra a pregação de Paulo. Demétrio, um dos prateiros, resumiu os temores deles dizendo: “Não somente existe o perigo de que esta ocupação nossa venha a cair em descrédito, mas também que o templo da grande deusa Ártemis venha a ser estimado em nada, e que até mesmo a sua magnificência, que todo o distrito da Ásia e a terra habitada adora, esteja prestes a ser reduzida a nada.” — Atos 19:27.

Você Sabia? -A lepra descrita na Bíblia é a mesma doença conhecida hoje por esse nome?

Você Sabia?
A lepra descrita na Bíblia é a mesma doença conhecida hoje por esse nome?
O termo médico “lepra” como é usado hoje se refere a uma infecção bacteriana contraída por humanos. Essa bactéria (Mycobacterium leprae) foi identificada pela primeira vez pelo Dr. G. A. Hansen em 1873. Os pesquisadores descobriram que essa bactéria consegue sobreviver fora do corpo em secreções nasais por até nove dias. Também descobriram que as pessoas que têm contato direto com leprosos correm mais riscos de contrair a doença, e que roupa contaminada é uma possível fonte de infecção. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 220 mil novos casos de lepra foram notificados em 2007.
Não há dúvida de que a lepra causava sofrimento às pessoas no Oriente Médio nos tempos bíblicos, e a Lei mosaica exigia que aquele que contraísse lepra ficasse de quarentena. (Levítico 13:4, 5) No entanto, a palavra hebraica tsa·rá·‛ath traduzida por “lepra” não se restringia a um problema de saúde. Tsa·rá·‛ath também afetava roupas e casas. Esse tipo de lepra podia aparecer em vestimentas de lã e de linho e em qualquer coisa de couro. Em alguns casos, lavar o que estava contaminado eliminava a lepra, mas se a “praga verde-amarelada ou avermelhada” não desaparecesse, as roupas ou o couro tinham de ser queimados. (Levítico 13:47-52) Nas casas, a praga se manifestava em forma de “depressões verde-amareladas ou avermelhadas” numa parede. As pedras e a argamassa afetadas precisavam ser removidas e descartadas — colocadas longe das moradias. Caso a lepra voltasse, a casa devia ser demolida e os materiais jogados fora. (Levítico 14:33-45) Alguns acham que a lepra nas roupas ou nas casas talvez se referisse ao que hoje é chamado de mofo ou bolor. Mas não podemos afirmar isso com certeza.

Deus se preocupa comigo?

Respostas comuns:
▪ “Deus é importante demais para se preocupar com meus problemas.”
▪ “Não acho que ele esteja preocupado comigo.”
O que Jesus disse?
▪ “Não se vendem cinco pardais por duas moedas de pequeno valor? Contudo, nem mesmo um deles está esquecido diante de Deus. Mas, até mesmo os cabelos de vossas cabeças estão todos contados. Não temais; vós valeis mais do que muitos pardais.” (Lucas 12:6, 7) Sem dúvida, Jesus ensinou que Deus se preocupa conosco.
▪ “Nunca estejais ansiosos, dizendo: ‘Que havemos de comer?’ ou: ‘Que havemos de beber?’ ou: ‘Que havemos de vestir?’ Porque todas estas são as coisas pelas quais se empenham avidamente as nações. Pois o vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas.” (Mateus 6:31, 32) Jesus acreditava que Deus conhece as nossas necessidades pessoais.
A BÍBLIA diz categoricamente que Deus se preocupa conosco. (Salmo 55:22; 1 Pedro 5:7) Se ele se preocupa, então por que sofremos tanto hoje em dia? Se Deus é amoroso e todo-poderoso, por que ele não faz alguma coisa para acabar com o sofrimento?
A resposta tem a ver com um fato pouco conhecido — Satanás, o Diabo, é o governante deste mundo ímpio. Quando tentou Jesus, Satanás lhe ofereceu todos os reinos do mundo, dizendo: “Eu te darei toda esta autoridade e a glória deles, porque me foi entregue e a dou a quem eu quiser.” — Lucas 4:5-7.
Quem fez de Satanás o governante do mundo? Quando nossos primeiros pais, Adão e Eva, obedeceram a Satanás e deram as costas a Deus, eles, na realidade, escolheram Satanás como seu governante. Desde aquela rebelião, Jeová Deus pacientemente tem permitido que o tempo mostre que o domínio de Satanás é um tremendo fracasso. Jeová não obriga as pessoas a servi-lo, mas abre o caminho para que retornemos a ele. — Romanos 5:10.
Visto que Deus se preocupa conosco, ele tomou medidas para Jesus nos libertar do domínio de Satanás. No futuro próximo, Jesus ‘reduzirá a nada aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo’. (Hebreus 2:14) Ao fazer isso, ele ‘desfará as obras do Diabo’. — 1 João 3:8.
O Paraíso será restabelecido na Terra. Naquele tempo, Deus ‘enxugará dos olhos das pessoas toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já terão passado’. — Revelação (Apocalipse) 21:4, 5.

domingo, 20 de junho de 2010

Não É Mesma em Toda a Parte

A revista Time de 14 de fevereiro de 1969 citou certo psicólogo como afirmando sobre o Brasil: “O Brasil é ostensivamente um país católico, mas não é realmente católico. Os ritos africanos foram trazidos pelos escravos, e o povo das classes baixas que praticam o espiritismo adotaram os santos católicos e alguns rituais católicos. Usam ícones [imagens] católicos para representar seus deuses africanos.
Sim, no Brasil é possível ser-se tanto católico-romano como espírita. Certo escritor menciona a maioria dos brasileiros como aderindo ao que ele chama de “síntese do catolicismo, africanismo e espiritismo”. A Igreja Católica aceita milhares e milhares de espíritas em seu rebanho, assim misturando a adoração demoníaca e outras práticas católicas. — Sal. 106:34-38; Gál. 5:19-21; Rev. 21:8.
No entanto, ao saber disto, muitos católicos em outros países latino-americanos e em toda a parte ficam horrorizados. Expressam-se como não entendendo como é que a Igreja Católica permite tais práticas espíritas em suas fileiras. Por certo, a adoração praticada pelos católicos não é a mesma em toda a parte. Como, então, poderia ser a adoração verdadeira?

Proibição do Espiritismo

Tome, por exemplo, a lei de Deus que proíbe todas as formas de espiritismo. Sua Palavra diz: “Não se deve achar em ti alguém que faça seu filho ou sua filha passar pelo fogo, alguém que empregue a adivinhação, algum praticante de magia ou quem procure presságios, ou um feiticeiro, ou alguém que prenda outros com encantamento, ou alguém que vá consultar um médium espírita, ou um prognosticador profissional de eventos, ou alguém que consulte os mortos.” (Deu. 18:10-12) Esta lei se aplica a todos os servos de Deus em toda a parte da terra. E a violação da mesma por se meter no espiritismo só pode levar a efeitos adversos.
Por que se dá isto? Porque o espiritismo não provém de Deus mas Satanás, o Diabo, e seus demônios se acham por trás dele. O alvo destas forças espirituais iníquas é desencaminhar e tapear a humanidade, e é por meio de práticas espíritas que os demônios não raro têm êxito em fazer isto. Os demônios em realidade operam por meio de adivinhos, de médiuns espíritas e de pessoas desse tipo, e têm podido trazer muita doença mental e até mesmo doença física aos que se metem no espiritismo.
Quão valioso, portanto, é o conselho da Palavra de Deus, que condena as práticas espíritas! Tais práticas se acham incluídas entre os planos e as maquinações do Diabo, e a Bíblia insta conosco: Ficai “firmes contra as maquinações do Diabo; porque temos uma luta . . . contra as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais.” (Efé. 6:11, 12) Assim, os verdadeiros adoradores em toda a parte tomarão posição firme contra o espiritismo. Em todo país da terra, a verdadeira religião não terá nada que ver com as práticas espíritas.
Todavia, o que verificamos que acontece com as religiões da cristandade? É a mesma a adoração de seus aderentes em toda a parte?

Leis Fixas de Deus

Do mesmo modo, as leis físicas estabelecidas por Deus para governar o universo não mudam de um país para o outro. Tais leis são fixas. Todos os humanos, sem se considerar a sua raça ou nacionalidade, são influenciados similarmente por elas.
A gravidade, por exemplo, é universal. Há muito, a Bíblia já reconhecia a lei da gravidade, quando dizia a respeito de Deus: “Ele estende o norte sobre o vazio. Suspende a terra sobre o nada.” (Jó 26:7) A atração gravitacional do sol sobre a terra é um fator básico de ‘a terra ficar suspensa sobre o nada’. Em anos mais recentes, Sir Isaac Newton expressou a lei da gravidade em maiores pormenores. É uma imutável lei estabelecida por Deus. As fronteiras territoriais, ou a linguagem ou os costumes das pessoas não têm influência sobre ela.
De outro ponto de vista, qualquer pessoa em particular, em qualquer lugar determinado da terra, pode violar uma das leis naturais e sentir os efeitos adversos. Se comer demais, ficará doente. Se beber bebidas inebriantes de forma excessiva, certas leis naturais lhe dirão isso, sem se considerar sua nacionalidade ou a língua que fale. Há uma reação da qual ele não poderá escapar, porque as leis de Deus governam o assunto.
A mesma coisa acontece com as leis de Deus no tocante à nossa vida espiritual. Estas, também, aplicam-se em toda a terra. Provêm de Deus, e, assim, não mudam. E assim como no caso em que o homem viole uma das leis naturais fixas de Deus, ele se mete em dificuldades, assim também se dá com as leis sobre a adoração correta de Deus. Viole uma delas, e, por fim, começará a sentir os efeitos adversos.

A verdadeira adoração — a mesma em toda a parte

Variam de um lugar para outro as práticas de sua religião? Há uma religião que verdadeiramente seja a mesma em toda a parte?
SERÁ razoável pensar que, porque as pessoas vivem em diferentes continentes, sua adoração a Deus deve ser diferente? Será a diferença da cor da pele motivo para haver diferença no modo de a pessoa adorar a Deus? Deveria a língua que a pessoa fala influir na adoração verdadeira, ou deveria influir nela o contraste de costumes ou de vestimentas?
Considere tais perguntas à luz do que a Bíblia diz sobre Deus: “Ele mesmo dá a todos vida, e fôlego, e todas as coisas. E ele fez de um só homem toda nação dos homens, para morarem sobre a superfície inteira da terra, e decretou as épocas designadas e os limites fixos da morada dos homens, para buscarem a Deus.” — Atos 17:25-27.
Quão claro é que Jeová Deus provê as coisas para todos os humanos, sem considerar sua raça ou nacionalidade! Toda a humanidade descende do “um só homem” criado por Deus. Assim, não importa onde a pessoa viva, ou sob quais condições viva, a verdadeira adoração a Jeová não muda em virtude de quaisquer das condições naturais do homem.

De onde veio Deus?

“QUEM fez Deus? Quando ele nasceu?” são perguntas que alguns fazem. Talvez o leitor, também, se tenha perguntado: De onde veio Deus? As pessoas sinceras que perguntam isto desejam uma explicação lógica e sensata. O que se segue o ajudará a avaliar que Deus, o Soberano Onipotente do universo, jamais teve princípio.
Visto que tudo na terra tem tido princípio, algumas pessoas arrazoam que Deus, também, deve ter tido princípio. Notam que tudo que veio a existir teve uma causa. Uma casa tem um construtor; um piano, um fabricante; uma pintura a óleo, um artista. Seja o que for que exista, veio à existir, não por si mesmo, mas pela ação de outrem. Embora tal raciocínio lógico se aplique às coisas que vemos ao redor de nós, há uma diferença em relação a Deus. Considere por que isto acontece.
Ao retornar no tempo, verifica-se que toda coisa produzida foi feita por alguém que existia antes dela. Não é lógico, portanto, que alguém no passado muito distante tenha iniciado esta série de causas e efeitos? Naturalmente! Deve ter havido uma Causa Primária. Visto que esta Causa Primária não poderia vir a existir por parte de outrem, como poderia ele ter tido um princípio? A Bíblia Sagrada identifica esta grande Causa Primária como sendo Deus, chamando-o pelo nome Jeová. A Bíblia diz: “Cada casa, naturalmente, é construída por alguém, mas quem construiu todas as coisas é Deus.” — Heb. 3:4; Sal. 83:18.
A existência infinita de Deus pode ser melhor avaliada se considerarmos certos exemplos de infinidade que os homens de ciência aceitam. O infinito é definido como ‘não tendo limites ou fronteiras; estendendo-se além da medida ou compreensão; infindável; imensurável’. Os homens de ciência teorizam que o espaço é ilimitado. Embora o homem perscrute cada vez mais o espaço por meio de telescópios cada vez mais poderosos, jamais encontra um fim nele. Assim, crê-se que o espaço é infinito, ilimitado.
Os homens de ciência também reconhecem que o tempo é infinito. Pergunte-se: Quando começou o tempo? Para o leitor, começou quando nasceu, mas sabe que já existia antes disso. Os cientistas calculam que a terra tem existido por diversos bilhões de anos, todavia, quando pára um pouco e pensa nisso, já não existia o tempo antes disso? Sim, já existia. Não importa quão longe retorne, o tempo sempre existia antes disso. Similarmente, Deus é infinito, não tendo princípio nem fim. Com efeito, seu grande poder se estende a todo o tempo e espaço. — 1 Tim. 1:17.
Na verdade, não podemos compreender plenamente como Deus poderia jamais ter tido um princípio. Isto se dá porque somos limitados e finitos. Estamos acostumados a ver coisas que tiveram princípio. Não obstante, só porque algo é incompreensível não significa que não possa ser aceito. Aceitamos que o tempo não tem princípio nem fim, muito embora nossas mentes não compreendam isso cabalmente. Também aceitamos a possibilidade de o espaço ser ilimitado, infinito. Deveria ser muito mais difícil aceitarmos que Deus é infinito, em especial quando temos evidência tão poderosa deste fato?
Deveríamos reconhecer que os caminhos e pensamentos de Deus são muito mais altos que os nossos. (Isa. 55:9) Não ousamos por nele nossas limitações e debilidades humanas. Tendo-se tal conceito, não é difícil aceitar e avaliar que Jeová seja “de tempo indefinido a tempo indefinido”, sim, que ele seja eterno, sem princípio e sem fim. — Sal. 90:2; 93:2.
As pessoas que insistem que alguém fez Deus ou que ele teve princípio se colocam num espinhoso dilema. Por quê? Porque, se alguém fez Deus, então, poder-se-ia perguntar: Quem fez tal pessoa? Sim, e quem fez aquele que fez a pessoa que fez Deus? Como pode ver prontamente, o argumento poderia prosseguir sempre e jamais ser solucionado.
9 Ademais, o único registro escrito antigo fidedigno e verídico sobre Deus é a Bíblia Sagrada. Reconhece-se em geral que seu padrão moral é da mais alta qualidade e que advoga a veracidade e a honestidade. É nas páginas de tal livro que se nos diz que Deus é “de tempo indefinido a tempo indefinido”, que ele não teve princípio. Pense então: Será lógico crer que um livro que é exemplar em veracidade em todos os outros assuntos falsificaria os fatos sobre o próprio Deus? — Gên. 1:1; Isa. 45:18.
Considere também: Se Deus fosse criado, então aquele que o criou ou foi responsável pelo seu princípio teria de ser muito maior do que ele, não é verdade? Por isso, este seria o merecedor de nossa adoração e louvor Mas, a Bíblia mostra que Jeová é o Altíssimo, o único Deus verdadeiro. — Isa. 43:10; 44:6-8; João 17:3.
Porque Deus é infinito, sempre permanecerá sendo o Soberano do universo e continuará como o verdadeiro Deus por toda a eternidade. Aproxima-se o tempo quando todos os deuses falsos perecerão para sempre e ficará provado que não eram deuses de forma alguma. (Jer. 10:10-12) Quão urgentíssimo é que todos nós examinemos nossa vida para ver se não estamos seguindo quaisquer deuses falsos de qualquer forma que seja. Por quê? Porque todos os seguidores dos deuses falsos em breve serão destruídos para sempre. — Sal. 44:20, 21; Rev. 21:8.
Para fazer tal exame, muitos milhares de pessoas se beneficiam do curso gratuito de estudos bíblicos domiciliares que é oferecido pelos estudantes da Bíblia. Por que não tirar proveito deste curso? Os fatos lógicos serão trazidos à sua atenção, que o ajudarão a avaliar a Deus como a Causa Primária e a compreender mais coisas a respeito dele. Também aprenderá que, no futuro próximo, Deus irá transformar esta terra num paraíso em que poderá ter o privilégio de viver para sempre. Os fatos que provam isto o habilitarão a ter a jubilosa esperança de andar no nome do Deus eterno e verdadeiro, Deus, por toda a eternidade. — Miq. 4:5.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Alguma Necessidade de Falar com os Mortos?

Não, porque não estamos sem ajuda. Como crianças que confiam em seu pai, podemos livremente pedir ajuda do Pai celestial, que se agrada em ajudar os sinceros. (Lucas 11:9-13) O profeta de Deus, Isaías, escreveu: “E caso vos digam: ‘Recorrei aos médiuns espíritas ou aos que têm espírito de predição, que chilram e fazem pronunciações em voz baixa’, não é a seu Deus que qualquer povo devia recorrer? Acaso se deve recorrer a pessoas mortas a favor de pessoas vivas? A lei e à atestação!” — Isaías 8:19, 20.

Sim, teremos uma sólida base para ter confiança em Deus, se fizermos a sua vontade e recusarmos ter qualquer contato com espíritos iníquos. O discípulo cristão Tiago escreveu: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas oponde-vos ao Diabo, e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7) Depois de estudar a Bíblia com os estudantes da Bíblia, um homem que praticava espiritismo por 28 anos declarou: “Jamais tema o que o Diabo possa fazer com os que abandonam práticas espíritas, mas, antes, confie em Deus.”

Encher a mente com a verdade da Palavra de Deus e agir em harmonia com ela nos habilitará a ‘nos revestir da armadura espiritual completa de Deus’, para que possamos ‘permanecer firmes contra as maquinações do Diabo’ e não ser escravizados por forças espirituais iníquas. (Efésios 6:11) Além do mais, orar regularmente a Deus proverá uma poderosa defesa contra a molestação demoníaca. — Provérbios 18:10.

Quão confortador é saber a verdade sobre a condição dos mortos! A morte é semelhante a um sono profundo. (João 11:11) E Jesus Cristo garantiu que haverá uma ressurreição dos mortos. — João 5:28, 29.

Junto com sua esposa e filhos, certo homem que era espírita aprendeu das Escrituras que ninguém precisa tentar falar com os mortos ou com alguém que os personalize. Como esta família e muitas outras pessoas em todo o mundo, você também pode usufruir a liberdade espiritual. (João 8:32) Aprenda a verdade a respeito dos mortos e do propósito de Deus para com a humanidade. Daí poderá aguardar o novo sistema de Deus, em que poderá falar com os entes queridos ressuscitados e usufruir a vida eterna sob condições pacíficas. — Isaías 25:8.

Mas, Qual É a Fonte?

Por um lado, as fraudes são comuns entre os que alegam contatar os mortos. A Enciclopédia do Livro Mundial (em inglês) nos informa: “Tem-se verificado que os médiuns tapeiam as pessoas nas sessões espíritas, levando-as a crer que os espíritos podem comunicar-se com os vivos. Os cientistas oferecem explicações para a maior parte do que acontece nas sessões. Por exemplo, alguns médiuns são ventríloquos. Alguns usam ajudantes e vários tipos de equipamento de truque. Outros empregam a hipnose. Muitas pessoas que comparecem às sessões têm forte desejo de contatar um ente querido falecido. Este desejo pode levá-las a crer que qualquer mensagem transmitida pelo médium procede do mundo dos espíritos.”

Mas, devemos pensar apenas em tais termos? Não, pois aderir ao decreto de Deus contra o inquirir os mortos também nos protege de uma maneira muito mais significativa. É realmente possível vir mensagens do domínio espiritual, mas a sua fonte são poderosas criaturas que tentam enganar a humanidade. A Bíblia as identifica como “forças espirituais iníquas” — Satanás, o Diabo, e anjos desobedientes conhecidos como demônios. (Efésios 6:12) Quando o rei Saul visitou a médium espírita em En-Dor, foi um demônio que personalizou o falecido profeta Samuel.

Conforme ilustrado no caso de Saul, os demônios nada têm de benéfico para transmitir, e a sua suposta ajuda é de curta duração. Iguais ao seu governante, o Diabo, eles são mentirosos. (Marcos 3:22; João 8:44) Neste respeito, o falecido pesquisador psíquico britânico Sir Arthur Conan Doyle escreveu: “Temos, infelizmente, de lidar com mentiras proferidas com absoluto sangue frio por parte de inteligências iníquas ou maliciosas. Toda pessoa que já investigou o assunto se tem, penso eu, deparado com exemplos de engano proposital, que ocasionalmente são misturados com comunicações boas e verdadeiras.” (A Nova Revelação [em inglês], página 72) Naturalmente, você não deseja ser enganado, não é mesmo?

A seguir, considere o seguinte: A História nos fala a respeito do tráfico de escravos e dos sofrimentos relacionados. Será que alguém aceitaria voluntariamente tal aflição e humilhação? Naturalmente que não. Então, por que deveríamos permitir-nos ser escravizados por espíritos iníquos? Eles não somente mentem como também roubam da pessoa a sua liberdade, e podem até mesmo induzi-las à violência e ao assassinato. Por exemplo, José, de 29 anos, de Pernambuco, Brasil, disse que ‘um espírito baixou no seu corpo, obrigando-o a matar sua filha de um ano’. Sim, o envolvimento com espíritos iníquos pode levar a tal tipo de escravidão. Então, assim como os aflitos escravos do passado ansiavam a liberdade, as pessoas atualmente escravizadas pelos demônios deviam desejar ser livres. Uma maneira de conseguir esta liberdade é refrear-se de consultar médiuns espíritas e de tentar falar com os mortos. A propósito, existe. . .

É Isso Realmente Possível?

Se alguém há de falar com os mortos, estes devem estar realmente vivos. Devem ter almas imortais. Todavia, a Bíblia diz: “Jeová Deus passou a formar o homem do pó do solo e a soprar nas suas narinas o fôlego de vida, e o homem veio a ser uma alma vivente.” (Gênesis 2:7) Portanto, a própria pessoa é uma alma. Ela não tem uma alma imortal que sobrevive à morte do corpo. De fato, as Escrituras dizem: “A alma que pecar — ela é que morrerá.” (Ezequiel 18:4) Além do mais, a Palavra de Deus diz: “Os viventes estão cônscios de que morrerão; os mortos, porém, não estão cônscios de absolutamente nada. . . não há trabalho, nem planejamento, nem conhecimento, nem sabedoria no Seol”, a sepultura comum da humanidade. — Eclesiastes 9:5, 10.

Portanto, longe de serem mais esclarecidos, os mortos estão inconscientes. É, pois, impossível falar com eles. Por conseguinte, agir em harmonia com a lei de Deus que proíbe o inquirir os mortos protege-nos contra sermos enganados. Todavia, o recebimento de mensagens do domínio espiritual é realmente possível, como mostra o caso do rei Saul.

O que Aconteceu no Caso de Saul?

Veja este acontecimento real, registrado na Bíblia: Temeroso dos inimigos filisteus, o rei Saul, do antigo Israel, recorreu a uma médium espírita de En-Dor. Ele pediu a ela que contatasse o falecido profeta Samuel. Ao ouvi-la descrever um homem idoso que usava uma túnica sem mangas, Saul presumiu que essa aparição fosse Samuel. E qual era a mensagem? Israel cairia nas mãos dos filisteus e, no dia seguinte, Saul e seus filhos estariam com “Samuel”, indicando que morreriam na batalha contra os filisteus. (1 Samuel 28:4-19) Foi isso o que aconteceu?

Não exatamente. Saul foi gravemente ferido na batalha contra os filisteus, mas morreu como suicida. (1 Samuel 31:1-4) E, contrário à predição de que todos os filhos de Saul morreriam junto com ele, seu filho Is-Bosete sobreviveu a ele.

Mas, para começar, era correto consultar os mortos? Não, não era. As Escrituras nos dizem: “Assim morreu Saul pela sua infidelidade. . . e também por pedir a um médium espírita que fizesse uma consulta.” (1 Crônicas 10:13) Podemos aprender algo disso? Sim. Saul morreu por ter pedido a uma médium espírita que inquirisse os mortos. Por quê? Porque ao assim fazer, ele desobedeceu à lei explícita de Deus: “Não se deve achar em ti. . . alguém que vá consultar um médium espírita, ou um prognosticador profissional de eventos, ou alguém que consulte os mortos. Pois, todo aquele que faz tais coisas é algo detestável para Deus.” (Deuteronômio 18:10-12) Por que inquirir mortos é algo detestável para Deus? Antes de responder, podemos perguntar:

Falam realmente com os mortos?

TIMES de futebol no Brasil às vezes procuram ajuda de médiuns espíritas. Por quê? Para obter conselhos por causa do medo de que a equipe adversária possa vencer. Segundo certo jornal, a “oportunidade de comunicar-se diretamente com o sobrenatural em busca de soluções para todo tipo de problemas exerce uma poderosa influência sobre milhões de pessoas”. Em alguns países, políticos graduados, artistas e empresários regularmente consultam os espíritos. Na busca de uma cura ou na tentativa de resolver algum problema familiar ou financeiro, muitos tentam consultar os mortos, que se crê sejam mais esclarecidos.

Mas, é correto tentar falar com os mortos? É realmente possível fazer isso? E existe algum risco envolvido nisso? Talvez se surpreenda ao saber o que a Bíblia diz a respeito.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

NÃO ELIMINADOS PARA SEMPRE NO “INFERNO”

Significa isso que os que vão para o “inferno”, quer dizer, para o “Hades” ou “Seol”, não são eliminados para sempre ali, que não permanecem ali para todo o sempre? Deve ser assim, se a Bíblia Sagrada mostrar que alguém saiu do “inferno” (infernus, Hades, Seol) para ficar fora para sempre. Lembremo-nos de que o salmista Davi escreveu: “Porque não deixarás a minha alma no inferno [em latim: infernus]; nem permitirás que o teu santo veja corrupção.” (Sal. 15:10, Figueiredo, ed. de 1945; 16:10, Trinitária) Estava Davi falando a respeito de si mesmo? O apóstolo cristão Pedro diz que não. No dia de Pentecostes do ano 33 E. C., Pedro citou este salmo de Davi e o aplicou à pessoa certa. Pedro disse:
“Porque não deixarás a minha alma no inferno [em latim: infernus], nem permitirás que o teu santo experimente corrupção. Tu me fizeste conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria, mostrando-me a tua face. Varões irmãos, seja-me permitido dizer-vos ousadamente do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e o seu sepulcro se vê entre nós até o dia de hoje. Sendo ele pois um profeta, e sabendo que com juramento lhe havia Deus jurado que do fruto dos seus lombos se assentaria um sobre o seu trono; prevendo isto, falou da ressurreição de Cristo, que nem foi deixado no inferno [em latim: infernus], nem a sua carne viu a corrupção. A este Jesus ressuscitou Deus, do que todos nós somos testemunhas.” — Atos 2:27-32, Figueiredo, 1945 e 1968.
Muitos dos que têm sido membros das igrejas lembrar-se-ão de terem recitado em conjunto o chamado “Credo” ou “Símbolo dos Apóstolos”, que reza: Creio em Deus Pai onipotente, Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, o qual . . . foi crucificado, morto e sepultado; desceu aos infernos [em latim: inferna], no terceiro dia ressuscitou dos mortos; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai onipotente.” Os recitadores deste Símbolo ou Credo têm assim expresso a crença de que Jesus Cristo “desceu aos infernos”. Queriam dizer com estas palavras que desceu ao fogo e enxofre debaixo da terra, a fim de ser atormentado ali para sempre em lugar da humanidade? Não podiam ter-se referido a isso, por que diziam logo nas próximas palavras: “no terceiro dia ressuscitou dos mortos”. Assim, eles mesmos, assim como o apóstolo Pedro, confessaram que, no caso de Jesus Cristo, o “inferno” (infernus) não é um lugar do qual os mortos humanos que entraram nele nunca possam sair. Jesus não sentiu ali nenhum tormento.
30 Jesus Cristo estava no “inferno” (Hades ou Seol) durante partes de três dias (14-16 de nisã de 33 E. C.). Conforme nos diz Eclesiastes 9:5, 10, enquanto estava ali, não estava cônscio de nada. Não achou ali nem trabalho, nem razão, nem sabedoria ou conhecimento. Embora estivesse realmente morto, estava como que dormindo, inativo, desapercebido de tudo. Foi por isso que o apóstolo cristão Paulo escreveu a respeito da ressurreição de Cristo dentre os mortos: “Mas agora ressuscitou Cristo dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” (1 Cor. 15:20, Figueiredo) Portanto, a ressurreição, de fato, beneficiou a Jesus Cristo, que estivera morto no “inferno” (Hades ou Seol). E, por este motivo, é do propósito de Deus, o Todo-poderoso, que a ressurreição beneficie todos os demais mortos naquele “inferno”. Jesus Cristo foi apenas “as primícias” dos adormecidos ali na morte. A plena colheita de mortos humanos será despertada e trazida para fora no tempo designado por Deus. Esta é a idéia básica contida nas palavras inspiradas do apóstolo Paulo:
“Porque como a morte veio na verdade por um homem, também por um homem deve vir a ressurreição dos mortos. E assim como em Adão morrem todos, assim também todos serão vivificados em Cristo.” — 1 Cor. 15:21, 22, Figueiredo.
Que o “inferno” (Hades ou Seol) é o lugar do qual todos os mortos hão de ser libertos por meio duma ressurreição nos é assegurado pelas palavras do ressuscitado Jesus Cristo. Por volta do ano 96 E. C., ou trinta e dois anos depois do incêndio de Roma pelo Imperador Nero, o ressuscitado Jesus Cristo apareceu ao apóstolo João numa visão. Esta visão é relatada no último livro da Bíblia, chamado Apocalipse ou Revelação, e nela ele disse ao apóstolo João: “Eu sou o primeiro e o último e o vivente; e fui morto, mas eis aqui estou eu vivo por séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno [em latim: infernus].” — Rev. (Apo.) 1:17, 18, Figueiredo.
Visto ter ele “as chaves da morte e do inferno”, tem o ressuscitado Jesus Cristo o propósito de manter fechados ali para sempre os que estão na morte e no inferno? Ou é preciso que primeiro parentes ou amigos dos falecidos lhe paguem dinheiro antes de ele usar as chaves e deixar sair os que estão na morte e no inferno? Quão egoísta e comercial seria se ele se aproveitasse assim de ter “as chaves da morte e do inferno”!
34 Rejeitando completamente tal idéia, Jesus disse aos seus apóstolos: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar sua vida em redenção por muitos.” (Mat. 20:28, Figueiredo) Quando estava na terra como homem, Jesus Cristo nunca cobrou nem um único denário de prata por ressuscitar dos mortos aqueles que fez voltar à vida. O objetivo do ressuscitado Jesus Cristo quanto ao uso das “chaves da morte e do inferno” não é manter os mortos fechados para sempre, mas libertá-los amorosa e gratuitamente. O próprio Deus, que ressuscitou seu Filho Jesus Cristo do “inferno”, confiou-lhe estas “chaves” para este mesmo fim.
Na expectativa deste tempo alegre para ele, Jesus Cristo disse aos judeus: “Assim como o Pai tem a vida em si mesmo, assim também deu ele ao Filho ter vida em si mesmo. E lhe deu poder de exercitar o juízo, porque é Filho do homem. Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que se acham nos sepulcros, ouvirão a voz do Filho de Deus: e os que obraram bem, sairão para a ressurreição da vida: mas os que obraram mal, sairão ressuscitados para a condenação.” (João 5:26-29, Figueiredo) É evidente que a ressurreição de todos os mortos no “inferno” é para o benefício deles. É somente depois de alguns dos ressuscitados do “inferno” voltarem deliberadamente a transgressões que sua ressurreição acabará sendo uma de condenação à destruição eterna. Portanto, o objetivo da ressurreição é benéfico, visando dar vida eterna aos mortos. Abre para eles a oportunidade de usufruir a vida eterna na nova ordem de Deus.
36 Na mesma Revelação, ou Apocalipse, dada ao apóstolo João, o ressuscitado Jesus Cristo forneceu um quadro do tempo em que não haverá mais “inferno”. Isto se dará depois de este velho sistema mundano de coisas ter sido destruído e Deus ter criado novos céus e uma nova terra, quer dizer, um novo governo celestial e uma nova sociedade humana terrestre. Descrevendo esta cena maravilhosa, João escreveu:
“E vi um grande trono branco, e um que estava assentado sobre ele, de cuja vista fugiu a terra e o céu, e não foi achado o lugar deles. E vi os mortos, grandes e pequeninos, que estavam em pé diante do trono, e foram abertos os livros; e foi aberto outro livro que é o da vida, e foram julgados os mortos pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E o mar deu os mortos que estavam nele; e a morte e o inferno [em latim: infernus] deram os seus mortos que estavam neles.” — Apo. (Rev.) 20:11, 13, Figueiredo.
Sim, quando o “inferno” (Hades ou Seol) tiver entregue o último morto nele, pela ressurreição de todos os mortos para os quais Jesus Cristo deu sua vida humana em redenção, então não haverá mais inferno. Em toda a terra, os habitantes não verão mais nem um único cemitério ou lápide funerária. A sepultura comum à humanidade terá sido destruída para sempre. É por isso que Apocalipse 20:14, 15, Figueiredo, prossegue: “E o inferno [em latim: infernus] e a morte foram lançados no tanque de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que se não achou escrito no livro da vida, foi lançado no tanque de fogo.” Quão glorioso será este dia de julgamento! “O inferno” receberá o golpe da morte. A morte que toda a humanidade herdou dos pecadores Adão e Eva será morta, deixará de existir, visto que toda a humanidade obediente será levada à perfeição da vida humana num paraíso restabelecido de delícias. As transgressões serão descontinuadas com a destruição de todos os que deliberadamente se tornarem iníquos e que terão de sofrer a penalidade da segunda morte.

“GEENA”

O lugar que Jesus Cristo associava com fogo não era o Hades, mas sim a Geena. Este nome significa realmente “Vale de Hinom”. Refere-se literalmente ao vale de Hinom, ao sul e ao sudoeste de Jerusalém. Nos dias de Jesus, este era usado como depósito de lixo da cidade, e usava-se fogo misturado com enxofre para eliminar o lixo e até mesmo os cadáveres de criminosos considerados vis demais para serem enterrados no Hades, na sepultura comum à humanidade. Em sentido simbólico, na maneira em que Jesus a usava, a Geena era símbolo da destruição total, eterna, a extinção para todo o sempre. O aniquilamento! O nome Geena ocorre apenas doze vezes nas inspiradas Escrituras Gregas Cristãs. O primeiro uso da palavra por Jesus é relatado em Mateus 5:22, 29, 30. Lemos ali (Liga de Estudos Bíblicos):
“Quem se irritar contra seu irmão, irá a juízo; quem disser: ‘Raca’ irá à barra do Sinédrio; quem disser: ‘Ímpio!’ será punido na geena de fogo. Se teu olho direito te é ocasião de pecado, arranca-o e atira-o longe de ti: pois é preferível percas um dos teus membros, a ser todo o corpo atirado à geena. E se a tua mão direita te é ocasião de pecado, corta-a e atira-a longe de ti; é preferível perderes um dos teus membros, a veres todo o corpo atirado à geena.” — Veja Marcos 9:43-47.
Para ilustrar que a Geena representava a destruição eterna, Jesus disse aos seus doze apóstolos: “Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer a alma e o corpo perecerem na geena.” (Mat. 10:28, LEB) Então, se aquilo que é chamado “alma” é destruído, como poderia ser atormentado enquanto cônscio, em fogo e enxofre, para sempre? Na Era do Obscurantismo, não levava os perseguidores religiosos para sempre para queimar na estaca o corpo dum chamado “herege”. O fogo não serve para preservar.
As outras ocorrências de Geena poderá verificar em Mateus 18:9; 23:15, 33; Lucas 12:5 e Tiago 3:6. Em todos estes casos, a Vulgata latina de Jerônimo usa a palavra geena, não infernus. Os que Deus destina à destruição eterna representada pela Geena são aqueles que, iguais a Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos, são incorrigíveis, além de poderem ser restabelecidos à justiça. Foi por isso que Jesus, na sua parábola das ovelhas e dos cabritos, disse aos semelhantes a cabritos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o Diabo, e para os seus anjos.” — Mat. 25:41, Figueiredo.

O “INFERNO” NAS ESCRITURAS GREGAS CRISTÃS

Visto que acabamos de mencionar Jesus Cristo, é oportuno perguntar: Não ensinou o próprio Jesus Cristo que há um fogo literal no “inferno”? Veja o que ele disse na sua parábola do rico e de Lázaro. Jesus disse: “Morreu também o rico, e foi sepultado no inferno [em latim: infernus]. E, quando estava nos tormentos, levantando os olhos, viu ao longe Abraão e Lázaro no seu seio; e, gritando, disse: . . . sou atormentado nesta chama.” (Luc. 16:22-24, Matos Soares) Esta parábola foi registrada pelo discípulo cristão Lucas na língua grega, de modo que ele não usou a palavra hebraica Seol. A tradução católica romana da Bíblia de Jerusalém mostra a palavra grega usada por Lucas, pois reza: “Morreu também o rico e foi sepultado. No seu tormento no Hades, olhou para cima.” Sim, aqui se usa a palavra grega Hades. E há fogo no Hades, para atormentar os mortos, conforme dá a entender A Bíblia de Jerusalém (The Jerusalem Bible)?
Antes de responder a esta pergunta, fazemos a seguinte: Por que tem esta palavra grega Hades aqui traduzida por inferno (infernus) o mesmo sentido da palavra hebraica Seol? Por que não contém a idéia do Hades ensinado nas mitologias gregas pagãs? Porque depois do tempo do poeta grego Homero (ou antes de 700 A. E. C.) o substantivo próprio Hades veio a significar não apenas o “lugar dos espíritos falecidos”, mas também “a sepultura” e “morte”. Veja Greek-English Lexicon, de Liddell e Scott, primeiro publicado em 1843, Volume I, página 21, coluna 2, sob Hades, seção II.)
Portanto, quando certos judeus de Alexandria, lá no Egito, que falavam grego, começaram a traduzir as Escrituras Hebraicas inspiradas para o grego comum, por volta de 280 A. E. C., e eles iniciaram o que agora é chamado de Versão dos Setenta (Septuaginta) grega, eles usaram a palavra Hades para traduzir a palavra hebraica Seol. Portanto, ao traduzirem as palavras do patriarca Jacó, em Gênesis 37:34; 42:38; 44:29, 31, eles puseram a palavra Hades na boca de Jacó, para significar “a sepultura”, e não a idéia falsa que Homero tinha do Hades. Portanto, quando se diz que Jesus Cristo usou Hades, este não se refere a um lugar de eterno tormento ardente.

QUANDO NÃO HAVIA “INFERNO”

Agora é uma boa ocasião para perguntarmos, em vista de nosso entendimento corrigido do assunto, pela própria Bíblia, quando era que não havia “inferno”, infernus ou Seol? Era no tempo em que o primeiro homem e a primeira mulher, Adão e Eva, estavam no jardim paradísico do Éden, há quase seis mil anos atrás. Lemos a respeito daquele tempo feliz: “Plantou . . . o Senhor Deus um jardim no Éden [um paraíso de delícias, Matos Soares], do lado do oriente, e aí colocou o homem que ele formara.” Mais tarde, Deus colocou ali também a primeira mulher, ao lado de Adão. — Gên. 2:8-23; 1:26-28, Pontifício Instituto Bíblico, de Roma.
O “inferno” ou Seol não existia então na terra. Não havia cemitério escavado quer por Deus quer pelo homem. A sepultura comum do homem, assim como existe hoje, não tivera seu início naquele tempo. Não havia então nenhuma necessidade de tal coisa, pois o Senhor Deus não criara a humanidade para ir por fim quer para o “inferno” (Seol), quer para o céu. Ele desejava, amorosamente, que a humanidade vivesse para sempre na terra no meio de condições paradísicas. Foi por isso que ele disse a Adão, mesmo antes de se criar a esposa dele, Eva: “Da árvore da ciência do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres, morrerás ao certo.” — Gên. 2:17, PIB.
Para não despercebermos este ponto importante, notemos que o Senhor Deus não disse a Adão que, no dia em que comesse do fruto proibido, ele iria para um “inferno” para sofrer conscientemente para sempre em tormento ardente. Advertiu Adão de que morreria ao certo pela desobediência. Mesmo depois de Adão seguir o exemplo de sua esposa e comer do fruto proibido, Deus disse a Adão na sentença de morte: “Comerás o pão com o suor de tua fronte, até que voltes à terra da qual foste tirado; porque és pó, e em pó te hás de tornar.” (Gên. 3:19, PIB) Isto estava em harmonia com a descrição da criação do homem, que reza: “O Senhor Deus formou o homem com o pó da terra e lhe insuflou nas narinas um hálito de vida, e com isso tornou-se o homem uma alma vivente.” (Gên. 2:7, PIB) O homem tornou-se uma alma humana vivente ao ser criado. Portanto, ao morrer, ele deixaria de ser uma alma vivente, e por isso não sobraria alma para sobreviver, que pudesse ser conscientemente atormentada para sempre em fogo e enxofre.
Levando uma vida condenada fora do paraíso de delícias por cerca de novecentos e trinta anos, Adão viveu mais de oitocentos anos depois da morte de seu segundo filho Abel. O justo Abel, que temia a Deus, foi assassinado pelo seu irmão mais velho, ciumento, Caim. Não se registrando a morte de quaisquer filhos de Adão e Eva antes disso, então o “inferno” (o infernus, Seol) veio à existência com a morte e o enterro de Abel. O Senhor Deus disse ao assassino Caim: “Que fizeste? Escuta! O sangue de teu irmão está clamando a mim desde o solo. E agora, maldito és, banido do solo, o qual abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue de teu irmão.” — Gên. 4:1-11; 5:1-5.
19 Abel era homem que tinha fé em Deus. Lemos em Hebreus 11:4: “Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício de maior valor do que Caim, sendo por esta fé que se deu testemunho de que era justo, dando Deus testemunho com respeito a suas dádivas; e por intermédio dela, embora morto, ainda fala.” (Veja também 1 João 3:12.) Jesus Cristo também disse que Abel era justo. (Mat. 23:35) Por este motivo, o Senhor Deus lembra-se de Abel no seu estado morto, e, por isso, Abel foi para o Seol para o “inferno” ou infernus ao morrer e ser enterrado. Ele ainda se encontra na sepultura comum à humanidade morta. Sua morte foi dessemelhante da dos pecadores sentenciados, Adão e Eva. Podemos ter a certeza de que Deus se lembrará de Abel assim como se lembrará do patriarca Jó, no tempo divinamente designado. — Jó 14:13.

DESDE QUANDO EXISTE O “INFERNO”

Sabemos que este “inferno” já existe pelo menos desde o ano 1750 antes de nossa Era Comum, o que foi há mais de 3.720 anos atrás. Este foi o ano em que os meios-irmãos invejosos de José, filho de Jacó, venderam José em escravidão ao Egito. Mais tarde, estes meios-irmãos mentiram ao seu pai Jacó a respeito do que havia acontecido ao seu amado filho José. Deram-lhe a impressão de que José fora morto por uma fera. O que disse o patriarca Jacó no seu pesar? Onde ele disse que estava então seu filho José? Jacó era hebreu, e a tradução católica romana da Bíblia feita sob os auspícios da Liga de Estudos Bíblicos mostra qual a palavra hebraica que Jacó usou, em Gênesis 37:35. Lemos ali: “Todos os seus filhos e filhas vinham consolá-lo, mas ele recusava toda consolação e dizia: ‘Não! Quero descer em luto ao Cheol [Seol], para junto do meu filho!’” Anos depois, quando os meios-irmãos de José pediram permissão para levar Benjamim, irmão germano de José, ao Egito, Jacó usou novamente esta palavra hebraica e disse: “Se lhe acontecer uma desgraça na viagem que empreendeis, fareis com que meus cabelos brancos desçam cheios de dor ao Cheol.” — Gên. 42:38; veja também 44:29, 31.
Os católicos romanos não devem desperceber que a tradução latina das palavras de Jacó pelo seu São Jerônimo não usa aqui a palavra hebraica Seol. Ela usa a palavra latina “infernus” e sua palavra relacionada “inferi”. Mas a tradução católica romana Douay, em inglês, usa a palavra “inferno” em todos os quatro lugares. (A Figueiredo, no primeiro.) Isto significa, então, que o patriarca hebreu Jacó acreditava que seu querido filho José estivesse no Seol, no infernus, no “inferno”. Também, Jacó esperava ir para lá, para junto de seu filho.
Não nos deixa isso admirados? Esperava Jacó ir realmente para um “inferno” tal como os clérigos da cristandade descreveram durante séculos às pessoas de suas igrejas? Esperava Jacó ir para um lugar de tormento eterno para sua alma, do qual nunca pudesse sair e acreditava ele que seu precioso filho José estivesse em tal lugar? Portanto, estão Jacó e seu filho José em tal lugar de eterno tormento ardente agora já por mais de 3.600 anos desde a sua morte? Isto seria difícil de acreditar, visto que no último livro das inspiradas Escrituras Hebraicas o Senhor Deus diz por meio de seu profeta Malaquias: “A Jacó eu amei e a Esaú [seu irmão gêmeo] eu odiei.” — Mal. 1:2, 3.
De qualquer modo, quando foi que o patriarca Jacó, como homem amado por Deus, foi para o Seol, para o infernus, para o “inferno”? Isto se deu depois de ele morrer no ano 1711 A. E. C., e José e seus irmãos, que ainda viviam, levaram o cadáver embalsamado e o enterraram na caverna de Macpela. Esta se encontrava perto da cidade de Hébron, que hoje está na terra de Israel. Na mesma caverna jazia enterrado o pai de Jacó, Isaque, e também seu avô Abraão. Jacó juntou-se assim a Abraão e Isaque no Seol, no infernus, no “inferno”. — Gênesis 49:33 até 50:13.
Não há motivos bíblicos para se acreditar que estes patriarcas hebreus estejam hoje sofrendo num “inferno” de eterno tormento ardente. Somos ajudados a entender isso por outros tradutores bíblicos. Por exemplo, o ex-sacerdote católico romano Martinho Lutero traduziu a palavra Seol por “cova” (die Grube). E mais tarde, no século depois de Lutero, a Bíblia inglesa autorizada pelo Rei Jaime I da Inglaterra, em 1611 E. C., traduziu Seol por “a sepultura”. Os hebreus, os próprios judeus, devem saber o que a sua própria palavra Seol significa; e, por isso, a tradução inglesa da Bíblia feita pela Sociedade Publicadora Judaica dos Estados Unidos traduz a palavra por “a sepultura”. (1917 E. C.) E o mesmo faz a tradução inglesa do rabino judaico Isaac Leeser. (1853 E. C.) Note, porém, que Seol não significa “uma sepultura”). Significa “a sepultura”, quer dizer, a sepultura comum a toda a humanidade morta. Uma vez que entendemos isso a respeito do “inferno”, conforme é ensinado pela Bíblia Sagrada, somos ajudados a compreender a situação da humanidade morta.
Assim, começando com o uso que Jacó fez da palavra hebraica, “Seol” ocorre sessenta e cinco (65) vezes nos trinta e nove (39) livros das inspiradas Escrituras Hebraicas. A palavra foi usada pelo profeta Moisés, por Jó, Samuel, Davi, Salomão, Isaías, Jeremias (em Reis), Ezequiel, Oséias, Amós, Jonas e Habacuque.
Os tradutores bíblicos não foram uniformes em verter a palavra Seol nas suas línguas. Por exemplo, a Bíblia inglesa autorizada pelo Rei Jaime traduz Seol trinta e uma vezes por inferno, trinta e uma vezes por “a sepultura” e três vezes por “a cova”. (Veja Almeida, ed. revista e corrigida) Portanto, qualquer pessoa razoável admitirá que, nas Escrituras Hebraicas inspiradas, as palavras “inferno”, “a sepultura” e “a cova” significam a mesmíssima coisa. E não há nenhuma relação com fogo, enxofre e tormento eterno. Na versão católica Douay da Bíblia, em inglês, lemos em Eclesiastes 9:5, 10: “Os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada. . . . Faze seriamente o que a tua mão puder fazer: pois não haverá obra, nem razão, nem sabedoria, nem conhecimento, no inferno [em latim: inferi] para onde te apressas.”
Não é de se admirar, então, que o patriarca Jó, nos seus sofrimentos terríveis pôde dizer: “Quem me dera que me protegesses no inferno [em latim: infernus] e que me ocultasses até que passasse o teu furor, e que me designasses um tempo em que te lembrasses de mim?” (Jó 14:13, Douay) O patriarca Jó sabia que Deus se lembra dos que estão no Seol, no “inferno”, no infernus. Jó cria que Deus se lembraria dele para seu bem, por causa de sua integridade fiel para com o verdadeiro Deus. O profeta Jonas também reconhecia isso, pois, quando estava dentro do grande peixe, no Mar Mediterrâneo, ele disse: “Eu clamei ao Senhor no meio da minha tribulação e Ele me escutou: clamei desde o ventre do inferno [em latim: inferi] e tu escutaste a minha voz.” (Jon. 2:3, Figueiredo) E depois havia também o salmista que escreveu: “Pois não deixarás a minha alma no inferno [em latim: infernus], nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.” — Sal. 16:10, Almeida, ed. rev. e corr.

Como a ressurreição beneficiará todos os mortos no inferno

“Oh! Se Tu no Cheol me escondesses, ocultando-me até passar Tua ira.” — Jó 14:13, versão católica romana da Liga de Estudos Bíblicos.
HAVIA uma vez um tempo em que não existia “inferno”. E haverá novamente um tempo em que não existirá “inferno”. Em vista duma asserção tão forte, alguém talvez pergunte: Como se dará isso? Quem o fará? Viveremos até que isso aconteça?
Ao falarmos sobre nós vivermos para ver este tempo em que não haverá mais “inferno” somos levados a perguntar: Será isso de benefício para nós os que vivermos então na terra? Fará o desaparecimento do “inferno” com que se solte sobre esta terra um enxame de pessoas do pior tipo, para tornar nossas condições morais e sociais ainda piores do que são hoje? Tal idéia é chocante e amedrontadora. Que coisa boa poderia resultar disso para alguém, para Deus ou para o homem, especialmente para nós, os que já sofremos com perturbações e perturbadores? Estas parecem ser perguntas difíceis. Há, porém, respostas fidedignas a todas estas perguntas. Sem dúvida, todos estarão interessados em saber delas. Assim entenderemos o que realmente há de acontecer.
O “inferno” sempre esteve relacionado com a religião. De modo que o mais antigo Livro religioso, a Bíblia, devia poder dar as respostas certas. E ela as dá. A palavra “inferno” tem sido usada durante séculos. Por exemplo, quando o perseguido tradutor da Bíblia, William Tyndale, fez a sua tradução da parte grega da Bíblia original para o inglês, no ano 1525, ele disse em Mateus 11:23: “E tu Cafarnaum, que estás elevada ao céu, para o inferno [hell] serás rebaixada.” Quando o Dr. Martinho Lutero traduziu estas Escrituras Gregas Cristãs para o alemão, em 1522, ele usou a palavra alemã correspondente, “Hoelle”. Mas quando o santo católico romano Jerônimo traduziu as mesmas escrituras do grego comum para o latim, em 383 E. C., ele usou a palavra “infernus”. Então, o poeta italiano Dante Alighieri, do século quatorze, escreveu seu famoso poema intitulado Divina Comédia e chamou a primeira parte dele “Inferno”. Ele retratou o “Inferno” como uma cova funda com círculos cada vez mais apertados, nos quais as almas humanas condenadas sofriam após a morte do corpo. Tinha Dante razão?
Os clérigos religiosos da cristandade criaram na mente das pessoas de suas igrejas uma imagem do que eles entendem ser o “inferno”. É uma imagem terrível. A sua idéia do “inferno”, ensinada já por muito tempo, depende da doutrina da alma humana ensinada por eles. Imaginam que a alma humana seja uma coisa separada e distinta do corpo humano. Também, ao passo que o corpo humano é mortal e corrutível, a alma humana supostamente é imortal e incorrutível, sendo espiritual e por isso invisível, algo que não podemos sentir com o tato.
Portanto, conforme dizem os clérigos, quando o corpo humano morre, a alma humana não morre, mas sobrevive, embora não a possamos ver com os olhos naturais. Visto que ela precisa então abandonar o corpo em que viveu, precisa ir para outra parte no mundo invisível, espiritual. Mas, para onde? Em termos simples, as almas boas vão para o céu, mas as almas más vão para o inferno. O céu é assim posto em oposição ao inferno, e visto que o céu é um lugar de eterna felicidade e bênção, portanto, o inferno deve ser o lugar de eterno sofrimento, de tormento eterno. Os clérigos dizem que há fogo e enxofre lá no inferno.
Os clérigos da cristandade têm ensinado tal idéia dum “inferno” durante muitos séculos. Visto que afirmam ensinar o que a Bíblia Sagrada diz sobre o “inferno”, vemo-nos obrigados a ir diretamente à própria Bíblia para saber exatamente o que ela diz sobre este assunto. É verdade que a palavra “inferno” ocorre dezenas de vezes em diversas traduções da Bíblia, e, segundo tais traduções, a Bíblia ensina que há um “inferno”. Mas, a questão é: O que disseram e mostraram os escritores da Bíblia quanto a que é tal “inferno”? Temos de guiar-nos por aquilo que eles mostraram que é, não por aquilo que outros dizem que tais escritores bíblicos disseram que é. Poderíamos enganar a nós mesmos se deturpássemos aquilo que estes escritores bíblicos disseram.

COMO SATANÁS DESENCAMINHA AS PESSOAS

Não pense que os métodos que Satanás usa para fazer com que as pessoas o sigam sejam sempre fáceis de discernir. Ele é mestre em enganar as pessoas. De fato, no decorrer dos séculos, seus métodos foram tão espertos, que muitos nem mesmo acreditam que ele exista. Para tais, a perversidade e o mal simplesmente são condições normais que sempre existirão. Satanás age de modo bem parecido a muitos dos atuais líderes do crime, que assumem uma fachada de respeitabilidade, mas, por trás, fazem muitas coisas más. A Bíblia explica: “O próprio Satanás persiste em transformar-se em anjo de luz.” (2 Coríntios 11:14) Assim, podemos esperar que suas tramas para desencaminhar as pessoas muitas vezes pareçam inocentes, até mesmo benéficas.

Lembre-se de que Satanás fingiu ser amigo de Eva. Daí, ele a enganou para fazer o que ela pensou ser para o seu próprio bem. (Gênesis 3:4-6) O mesmo se dá hoje. Por exemplo, Satanás, por meio de seus representantes humanos, astutamente incita as pessoas a colocar os interesses de governos humanos até mesmo acima do seu serviço prestado a Deus. Isto tem dado origem ao espírito de nacionalismo, resultando em terríveis guerras. Em tempos mais recentes, Satanás tem induzido as pessoas a inventar diversos planos na sua busca de paz e segurança. Um deles são as Nações Unidas. Mas, criou isso um mundo pacífico? Longe disso! Mostrou antes ser um modo de desviar a atenção das pessoas do arranjo de Deus para introduzir paz na humanidade, seu iminente reino sob Jesus Cristo, o “Príncipe da Paz”. — Isaías 9:6; Mateus 6:9, 10.

Se havemos de receber a vida eterna, precisamos de conhecimento exato sobre Deus, sobre o seu Filho-Rei e sobre o seu reino. (João 17:3) Pode ter a certeza de que Satanás, o Diabo, não quer que você tenha este conhecimento e que ele fará tudo o que puder para impedir que o obtenha. Como fará isso? Um modo é por causar-lhe oposição, talvez na forma de zombaria. A Bíblia nos diz: “Todos os que desejarem viver com devoção piedosa em associação com Cristo Jesus também serão perseguidos.” — 2 Timóteo 3:12.

Pode acontecer que até mesmo amigos íntimos ou parentes lhe digam que não gostam que você examine as Escrituras. O próprio Jesus Cristo até mesmo advertiu: “Deveras, os inimigos do homem serão pessoas de sua própria família. Quem tiver maior afeição pelo pai ou pela mãe do que por mim, não é digno de mim; e quem tiver maior afeição pelo filho ou pela filha do que por mim, não é digno de mim.” (Mateus 10:36, 37) Os parentes talvez procurem desanimá-lo, fazendo-o com toda a sinceridade, porque não conhecem as maravilhosas verdades encontradas na Bíblia. Mas, se deixar de estudar a Palavra de Deus quando surge oposição, como é que Deus vai encarar você? Também, se você desistir, como poderá ajudar a esses amigos e entes queridos a entender que o conhecimento exato da Bíblia é uma questão de vida ou morte? Apegar-se você às coisas que aprende da Palavra de Deus pode, com o tempo, influenciá-los a também aprenderem a verdade.

Por outro lado, Satanás talvez seja responsável por tentá-lo a participar em alguma atividade imoral, que desagrada a Deus. (1 Coríntios 6:9-11) Ou pode ser que ele faça com que você pense ser uma pessoa ocupada demais para estudar a Bíblia. Mas, pensando bem, existe alguma coisa mais importante do que obter esta espécie de conhecimento? Não permita que coisa alguma lhe impeça obter este conhecimento que pode levá-lo a obter a vida eterna no paraíso na terra!

A Bíblia exorta: “Oponde-vos ao Diabo.” Se fizer isso, ‘ele fugirá de você’. (Tiago 4:7) Significa isso que, se você resistir ao ataque de Satanás, ele desistirá e nunca mais o perturbará? Não, porque tentará vez após vez conseguir que você faça o que ele quer. Mas, se continuar a opor-se a Satanás, ele nunca conseguirá induzi-lo a adotar um proceder em oposição a Deus. Portanto, seja diligente em obter o conhecimento todo-importante da Bíblia e em praticar aquilo que aprende. Isto é vital, para impedir que seja enganado por outra maneira pela qual Satanás desencaminha as pessoas, a religião falsa.

Protegidos pela armadura de Deus

Para sermos livrados do Diabo, temos de travar uma guerra espiritual contra as forças espirituais iníquas. A vitória diante de tais forças poderosas depende de usarmos a “armadura completa de Deus”. (Efésios 6:11-18) Essa armadura inclui a “couraça da justiça”. (Efésios 6:14) O Rei Saul, do Israel antigo, desobedeceu a Deus e sofreu a perda do espírito santo. (1 Samuel 15:22, 23) Se praticarmos a justiça e usarmos a armadura espiritual completa, teremos o espírito santo de Deus e a necessária proteção contra Satanás e seus anjos maus, os demônios. — Provérbios 18:10.

Para termos proteção contínua contra as forças espirituais iníquas, devemos, entre outras coisas, ler e estudar regularmente a Palavra de Deus, fazendo bom uso das publicações fornecidas por meio do “mordomo fiel”. (Lucas 12:42) Desse modo, enchemos a mente com assuntos espirituais sadios, em harmonia com o conselho do apóstolo Paulo: “Irmãos, todas as coisas que são verdadeiras, todas as que são de séria preocupação, todas as que são justas, todas as que são castas, todas as que são amáveis, todas as coisas de que se fala bem, toda virtude que há e toda coisa louvável que há, continuai a considerar tais coisas.” — Filipenses 4:8.

Deus nos possibilita ter os “pés calçados do equipamento das boas novas de paz”. (Efésios 6:15) A participação regular nas reuniões cristãs nos equipa para proclamar as boas novas do Reino de Deus. Quanta alegria nos dá ajudar outros a aprender a verdade de Deus e ganhar a liberdade espiritual! (João 8:32) “A espada do espírito, isto é, a palavra de Deus” é indispensável para afastar ensinos falsos e “demolir as coisas fortemente entrincheiradas”. (Efésios 6:17; 2 Coríntios 10:4, 5) O uso perito da Palavra escrita de Deus, a Bíblia, nos ajuda a ensinar a verdade e a não cair nas armadilhas do Diabo.

Paulo iniciou sua explicação da nossa armadura espiritual dizendo: “Prossegui adquirindo poder no Senhor e na potência da sua força. Revesti-vos da armadura completa de Deus, para que vos possais manter firmes contra as maquinações [ou “artimanhas”, nota] do Diabo.” (Efésios 6:10, 11) A palavra grega traduzida “manter firmes” se relaciona com a idéia de um soldado se manter firme no seu posto. Permanecemos firmes na guerra espiritual, embora o Diabo use várias artimanhas nos seus esforços de romper a nossa união, corromper os nossos ensinos ou quebrar a nossa integridade a Deus. Mas os ataques do Diabo não foram bem-sucedidos até agora — e jamais serão!

Não seja vencido pelo Diabo

Ao exortar os cristãos em Corinto a ser perdoadores, Paulo escreveu: “O que bondosamente perdoardes a alguém, eu também perdôo. De fato, quanto a mim, o que eu tiver bondosamente perdoado, se é que perdoei bondosamente alguma coisa, tem sido por vossa causa à vista de Cristo; para que não sejamos sobrepujados por Satanás, pois não desconhecemos os seus desígnios.” (2 Coríntios 2:10, 11) O Diabo pode nos sobrepujar de diversas maneiras, mas por que Paulo fez essa declaração?

Paulo havia repreendido os coríntios porque estavam permitindo que um homem imoral permanecesse na congregação. Isso deve ter agradado a Satanás, pois a congregação sofria vitupério por tolerar ‘fornicação como nem havia entre as nações’. Por fim, o transgressor foi desassociado. (1 Coríntios 5:1-5, 11-13) Mais tarde, esse homem se arrependeu. Se os coríntios se negassem a perdoar e readmitir tal homem, o Diabo os sobrepujaria de outra maneira. Como assim? Eles seriam duros e impiedosos, assim como Satanás. Se o homem arrependido fosse “tragado pela sua excessiva tristeza” e desistisse inteiramente de servir a Deus, em especial os anciãos teriam uma parcela de culpa por isso perante o misericordioso Deus, Deus. (2 Coríntios 2:7; Tiago 2:13; 3:1) Naturalmente, nenhum cristão verdadeiro gostaria de imitar Satanás por ser cruel, duro e impiedoso.

“Livra-nos do iníquo”

Não é fácil ser íntegro; isso exige orações fervorosas. As palavras da oração-modelo são especialmente úteis. Jesus disse, em parte: “Não nos leves à tentação, mas livra-nos do iníquo.” (Mateus 6:13) Deus não nos tenta a pecar. (Tiago 1:13) Contudo, as Escrituras às vezes dizem que Deus faz ou causa certas coisas quando, na realidade, ele apenas as permite. (Rute 1:20, 21) Ao orar como Jesus indicou, portanto, estamos pedindo a Deus que não nos deixe sucumbir às tentações. E ele não deixará, pois temos esta garantia bíblica: “Deus é fiel, e ele não deixará que sejais tentados além daquilo que podeis agüentar, mas, junto com a tentação, ele proverá também a saída, a fim de que a possais agüentar.” — 1 Coríntios 10:13.

Depois de mencionar a tentação na oração-modelo, Jesus disse apropriadamente: “Livra-nos do iníquo.” Algumas traduções da Bíblia dizem: “Livra-nos do mal” (Almeida; Bíblia Pastoral), ou “Protegei-nos contra o mal” (Contemporary English Version). No entanto, nas Escrituras a expressão ‘livrar de’ é principalmente usada com relação a pessoas, e o Evangelho de Mateus se refere ao Diabo como “o Tentador”, uma pessoa. (Mateus 4:3, 11) Assim sendo, é importante orar para que Deus nos livre do “iníquo”, Satanás, o Diabo. Ele tenta nos induzir a pecar contra Deus. (1 Tessalonicenses 3:5) Quando pedimos “livra-nos do iníquo”, estamos solicitando ao Pai celestial que nos guie e nos ajude para não sermos vencidos pelo Diabo.

Qual é o motivo da perseguição satânica?

Se somos servos leais de Deus, há um motivo básico para o Diabo nos perseguir. Seu objetivo é nos desviar da fé. Temos uma relação preciosa com o nosso Pai celestial, e Satanás deseja destruí-la. Isso não nos deve surpreender. No Éden, Deus predisse que haveria inimizade entre Sua “mulher” simbólica e a “serpente”, e entre seus respectivos ‘descendentes’. (Gênesis 3:14, 15) As Escrituras identificam o Diabo como a “serpente original” e revelam que agora lhe resta pouco tempo e que sua ira é grande. (Revelação 12:9, 12) Enquanto a inimizade entre os dois ‘descendentes’ continuar, quem serve lealmente a Deus pode esperar ser perseguido. (2 Timóteo 3:12) Você sabe o que está por trás dessa perseguição satânica?

O Diabo levantou a questão da soberania universal. Relacionado com isso, ele questionou a integridade dos humanos ao Criador. Satanás perseguiu Jó, um homem justo. Por quê? Para quebrar a integridade de Jó a Deus. A esposa de Jó e seus três “consoladores funestos” serviram aos objetivos do Diabo naquele tempo. Como mostra o livro de Jó, Satanás lançou o desafio de que, se recebesse permissão para provar as pessoas, nenhuma delas permaneceria leal a Deus. Mas Jó manteve a integridade, provando assim que Satanás é mentiroso. (Jó 1:8–2:9; 16:2; 27:5; 31:6) Hoje, o Diabo persegue os estudantes da Bíblia num esforço de quebrar sua integridade e provar a veracidade de seu desafio.

Saber que o Diabo nos persegue porque deseja desesperadamente quebrar a nossa integridade a Deus na realidade nos ajuda a ser corajosos e fortes. (Deuteronômio 31:6) O nosso Deus é o Soberano Universal, e ele nos ajudará a manter a integridade. Procuremos sempre alegrar o coração de Deus por sermos íntegros, para que ele possa dar uma resposta ao grande escarnecedor, Satanás, o Diabo. — Provérbios 27:11.

Precisamos ter medo do Diabo?

As seguintes palavras de Jesus Cristo são muito fortalecedoras para os cristãos ungidos: “Não tenhas medo das coisas que estás para sofrer. Eis que o Diabo estará lançando alguns de vós na prisão, para que sejais plenamente provados, e para que tenhais tribulação por dez dias. Mostra-te fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida.” (Revelação [Apocalipse] 2:10) Os ungidos e seus companheiros que têm esperança de vida eterna na Terra não têm medo do Diabo. Essa ausência de medo não se deve a uma coragem natural. Ela existe porque eles têm temor reverente de Deus e ‘se refugiam na sombra de suas asas’. — Salmo 34:9; 36:7.

Apesar de tudo que sofreram, os corajosos primeiros discípulos de Jesus Cristo foram fiéis até em face da morte. Não cederam ao medo do que Satanás, o Diabo poderia fazer porque sabiam que Deus nunca abandonaria os que fossem leais a Ele. Da mesma forma, diante da intensa perseguição atual, os cristãos ungidos e seus dedicados companheiros estão determinados a permanecer íntegros a Deus. Não obstante, o apóstolo Paulo disse que o Diabo pode causar a morte. Será que isso não é motivo para se ter medo?

Paulo disse que Jesus se tornou um homem de carne e sangue “para que, pela sua morte, reduzisse a nada aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo, e para que emancipasse todos os que pelo temor da morte estavam toda a sua vida sujeitos à escravidão”. (Hebreus 2:14, 15) Como “aquele que tem os meios de causar a morte”, Satanás conseguiu dominar Judas Iscariotes e depois usou os líderes judeus e os romanos para executar Jesus. (Lucas 22:3; João 13:26, 27) Por meio de sua morte sacrificial, no entanto, Jesus libertou a humanidade pecaminosa do controle de Satanás e tornou possível ganharmos a vida eterna. — João 3:16.

Até que ponto o Diabo tem os meios de causar a morte? Sabemos que desde o início da carreira perversa de Satanás, suas mentiras e liderança têm causado a morte entre os humanos. Isso porque Adão pecou e, assim, transmitiu o pecado e a morte à família humana. (Romanos 5:12) Além disso, os servos terrestres de Satanás têm perseguido os adoradores de Jeová, às vezes até a morte, como fizeram no caso de Jesus Cristo.

No entanto, não devemos pensar que o Diabo pode causar a morte de qualquer pessoa que ele queira. Deus protege os que lhe pertencem e jamais permitirá que Satanás extermine da Terra todos os adoradores verdadeiros. (Romanos 14:8) É verdade que Deus permite a perseguição contra todo o seu povo, e que alguns vêm a falecer em resultado dos ataques do Diabo. No entanto, as Escrituras oferecem a maravilhosa esperança da ressurreição para aqueles que estão no “livro de recordação” de Deus — e o Diabo não pode fazer absolutamente nada para impedir essa restauração da vida. — Malaquias 3:16; João 5:28, 29; Atos 24:15.

Oponha-se a Satanás, e ele fugirá!

‘Sujeitai-vos a Deus, mas oponde-vos ao Diabo, e ele fugirá de vós.’ — TIAGO 4:7.

O DIABO é o exemplo máximo de arrogância. Seu orgulho se reflete nas palavras registradas pelo profeta de Deus, Isaías. Mais de um século antes de Babilônia se tornar a potência mundial dominante, o povo de Jeová foi representado como tendo feito a seguinte declaração contra “o rei de Babilônia”: “Disseste no teu coração: ‘Subirei aos céus. Enaltecerei o meu trono acima das estrelas [reis da dinastia de Davi] . . . Assemelhar-me-ei ao Altíssimo.’” (Isaías 14:3, 4, 12-15; Números 24:17) O orgulho do “rei de Babilônia” era similar ao espírito de Satanás, “o deus deste sistema”. (2 Coríntios 4:4) Mas a arrogância de Satanás acabará em desastre, assim como a dinastia babilônica, que teve um fim inglório.

Enquanto o Diabo existe, porém, as seguintes perguntas nos interessam: Precisamos ter medo de Satanás? Por que ele incita pessoas a perseguir os cristãos? Como podemos evitar ser vencidos pelo Diabo?