sábado, 10 de julho de 2010

A humanidade chega à encruzilhada em 1914 — por quê?

VIVENDO agora, em 2010, por que deveria interessar-se no ano de 1914? Porque, quer já estivesse vivendo naquele tempo, quer não — o que ocorreu naquele ano o atinge.

Desde 1914, o mundo inteiro se tornou como espaçonave que fugiu do controle, movendo-se cada vez mais rápido em direção a grave perigo. Para sabermos como surgiu essa situação, precisamos entender a cadeia de eventos que se iniciaram naquele ano.

Comparado ao nosso violento século vinte, o século anterior é corretamente descrito como “século de paz”. Em 1914, irrompeu a Primeira Guerra Mundial, que mudou tudo isso. Para avaliar exatamente quão ampla é a mudança, considere como o historiador A. J. P. Taylor descreve a Europa continental antes do início da Primeira Guerra Mundial:

“Em 1914, a Europa era uma só comunidade civilizada, mais ainda que no auge do Império Romano. Um homem podia viajar de norte a sul e de leste a oeste do Continente sem um passaporte, até chegar às fronteiras da Rússia. . . . Podia fixar-se num país estrangeiro para trabalhar ou recrear-se sem formalidades legais, exceto, ocasionalmente, algumas exigências sanitárias. Toda moeda valia tanto quanto o ouro, embora sua segurança repousasse, em última análise, na perícia dos financistas da ‘City’ de Londres. Havia formas políticas comuns. . . . Quase em toda parte os homens podiam estar seguros de receber tratamento razoavelmente justo nos tribunais de justiça. Ninguém era morto por motivos religiosos. Ninguém era morto por razões políticas, apesar do rancor um tanto sintético amiúde demonstrado nas disputas políticas. A propriedade privada era segura em toda parte.” — “From Sarajevo to Potsdam.”

Onde pode encontrar condições assim hoje — na Europa ou em qualquer outra parte da terra? Como declara Joseph Wood Krutch:

A Primeira Guerra Mundial [1914-1918] . . . pôs fim a vários séculos de crescente otimismo, conforto, autoconfiança, e da sensação de que o futuro da civilização estava garantido, por ter ela, finalmente, encontrado o rumo certo.”

A Sedução da Filosofia

O historiador Will Durant explica: “A igreja não se limitou a tomar algumas formas e costumes religiosos da Roma [pagã] pré-cristã — a estola e outras vestes sacerdotais, o uso do incenso e da água benta nas purificações, os círios e a luz perpetuamente acesa nos altares, a veneração dos santos, a arquitetura da basílica, a lei romana como base da lei canônica, o título de Pontifex Maximus para o Supremo Pontífice, e no século IV o latim . . . Em breve os bispos, em vez dos prefeitos romanos, seriam a fonte da ordem e a sede do poder nas cidades, os metropolitanos, ou arcebispos, iriam sustentar, senão suplantar, os governadores provinciais; e o sínodo dos bispos sucederia à Assembléia provincial. A Igreja Romana seguiu nas pegadas do Estado Romano.” — A História da Civilização: Volume III — César e Cristo.

Essa atitude de transigência com o mundo romano contrasta-se nitidamente com os ensinos de Cristo e dos apóstolos. (Veja quadro, página 262.) O apóstolo Pedro aconselhou: “Amados, . . . estou acordando as vossas claras faculdades de pensar por meio dum lembrete, para que vos lembreis das declarações anteriormente feitas pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador por intermédio dos vossos apóstolos. Vós, portanto, amados, tendo este conhecimento adiantado, guardai-vos para que não sejais desviados com eles pelo erro dos que desafiam a lei e não decaiais da vossa firmeza.” Paulo aconselhou claramente: “Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos. Pois, que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? . . . ‘“Portanto, saí do meio deles e separai-vos”, diz Deus, “e cessai de tocar em coisa impura”’; ‘“e eu vos acolherei.”’” — 2 Pedro 3:1, 2, 17; 2 Coríntios 6:14-17; Revelação [Apocalipse] 18:2-5.

Apesar dessa clara admoestação, cristãos apóstatas do segundo século lançaram mão de todos os ornatos da religião romana pagã. Desviaram-se de sua origem bíblica pura e, em seu lugar, revestiram-se de paramentos e títulos romanos pagãos e ficaram imbuídos da filosofia grega. O professor Wolfson, da Universidade de Harvard, EUA, explica em The Crucible of Christianity (O Crisol do Cristianismo) que, no segundo século, houve um grande influxo de “gentios de formação filosófica” no cristianismo. Estes admiravam a sabedoria dos gregos e julgavam ver similaridades entre a filosofia grega e os ensinos das Escrituras. Wolfson continua: “Diversificadamente, eles às vezes se expressam no sentido de que a filosofia é a dádiva especial de Deus aos gregos, através do raciocínio humano, assim como as Escrituras o são para os judeus, através de revelação direta.” Ele continua: “Os Pais da Igreja . . . deram início a seu empreendimento sistemático de mostrar como, por trás da despretensiosa linguagem que as Escrituras gostam de usar, estão ocultos os ensinamentos dos filósofos enunciados nos obscuros termos técnicos cunhados em suas Academias, Liceus e Pórticos [centros de conferências filosóficas].”

Tal atitude abriu o caminho para a infiltração da filosofia e da terminologia gregas nos ensinos da cristandade, especialmente nos campos da doutrina trinitarista e da crença numa alma imortal. Como diz Wolfson: “Os Pais [da igreja] passaram a buscar nas reservas da terminologia filosófica dois bons termos técnicos, um dos quais seria usado para designar a realidade da distinção de cada membro da Trindade como indivíduo, e o outro para designar a sua fundamental união comum.” Todavia, tiveram de admitir que “o conceito de um Deus trino é um mistério que não pode ser solvido por raciocínio humano”. Em contraste, Paulo reconhecera claramente o perigo de tal contaminação e ‘desvirtuamento das boas novas’ quando escreveu aos cristãos gálatas e colossenses: “Acautelai-vos: talvez haja alguém que vos leve embora como presa sua, por intermédio de filosofia [grego: fi·lo·so·fí·as] e de vão engano, segundo a tradição de homens, segundo as coisas elementares do mundo e não segundo Cristo.” — Gálatas 1:7-9; Colossenses 2:8; 1 Coríntios 1:22, 23.

Apostasia — bloqueado o caminho a Deus

POR QUE são tão importantes os primeiros 400 anos da história da cristandade? Pela mesma razão que são importantes os primeiros anos da vida duma criança — são anos formativos, quando se lança a base para a futura personalidade da pessoa. O que revelam os primeiros séculos da cristandade?

2 Antes de respondermos a esta pergunta, lembremo-nos de uma verdade que Jesus Cristo expressou: “Entrai pelo portão estreito; porque larga e espaçosa é a estrada que conduz à destruição, e muitos são os que entram por ela; ao passo que estreito é o portão e apertada a estrada que conduz à vida, e poucos são os que o acham.” A estrada da conveniência é larga; a de princípios corretos é estreita. — Mateus 7:13, 14.

3 No início do cristianismo, havia dois caminhos possíveis à escolha de quem abraçasse essa fé impopular — apegar-se aos não transigentes ensinos e princípios de Cristo e das Escrituras, ou tender para a ampla e cômoda trilha da transigência com o mundo de então. Como veremos, a história dos primeiros 400 anos mostra qual foi a vereda que a maioria por fim escolheu.

ANTÍDOTOS PARA O PECADO E A APOSTASIA

Há algum freio restritivo contra a prática do pecado? A resposta de João é: “Quem não amar, não chegou a conhecer a Deus, PORQUE DEUS É AMOR.” Assim, com surpreendente simplicidade, João apresenta seu ponto. O segredo é o amor. E o amor de Deus expresso mediante seu Filho é o antídoto para os efeitos do pecado. “Por meio disso é que se manifestou o amor de Deus em nosso caso, porque Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que ganhássemos a vida por intermédio dele.” Que efeito deve ter sobre nós o conhecimento desse fato? João responde: “Amados, se é assim que Deus nos amou, então nós mesmos temos a obrigação de nos amarmos uns aos outros.” — 1 João 4:8-11.

Se realmente amarmos a Deus e ao próximo, resistiremos aos ataques do pecado e da apostasia. O amor não vai deliberadamente de encontro com as leis e os princípios de Deus. Todavia, João adverte: “Há um pecado que incorre em morte.” Os apóstatas impenitentes certamente se encontrariam na categoria dos merecedores da destruição. — 1 João 5:16, 17; Mateus 12:31; Lucas 12:31; Hebreus 6:4-6; 10:23-27.

Se dissermos que o pecado e a apostasia são o fio negro que permeia a carta de João, então o genuíno amor é um cordão de pérolas que o ofusca. Muito embora sua carta transmita uma advertência sombria, não obstante, esta é claramente iluminada por três temas recorrentes: o amor, a luz e a vida. João diz: ‘Evite os mentirosos, os anticristos, os apóstatas. Repudie as trevas, ande na luz. Rejeite o ódio e pratique o amor. Resista ao pecado, sabendo que, caso cometa pecado, tem um ajudador ou defensor junto ao Pai, Jesus Cristo.’ Sim, “o testemunho dado é o seguinte: que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho”. — 1 João 5:11; 2:1, 2.

Em seu conselho final, João adverte: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.” (1 João 5:21) No mundo da antiga Roma, tal conselho era bem apropriado. E é igualmente vital para aqueles que hoje desejam praticar o verdadeiro cristianismo e evitar a apostasia. Portanto, acatemos o conselho inspirado de João. Isso nos ajudará a resistir ao pecado, a praticar o genuíno amor cristão, a andar na vereda da verdade e a manter uma atitude inabalável contra a apostasia.

O QUE MOTIVAVA A APOSTASIA?

Qual talvez fosse a motivação básica por trás desses diferentes ensinos apóstatas? Uma possibilidade é fornecida por William Barclay, perito em grego, do século 20, que escreveu que o problema que João procura combater provinha de homens “cujo objetivo era tornar o cristianismo intelectualmente respeitável . . ., que conheciam as tendências e propensões intelectuais da época, e que desejavam expressar o cristianismo nos termos dessas idéias filosóficas prevalecentes. Provinha de homens que achavam que havia chegado o tempo para o cristianismo entrar em acordo com a filosofia secular e com o pensamento contemporâneo.”

Alguns nos tempos modernos têm sustentado um conceito similar, atacando a verdadeira fé em seus alicerces. Esses contestadores desejam enfraquecer os ensinos cristãos e torná-los mais aceitáveis para os elementos respeitados e intelectuais deste sistema. Se tais idéias sustentadas por alguns, nos últimos anos, fossem postas em prática, os estudantes da Bíblia certamente teriam perdido suas qualidades e vitalidade únicas do cristianismo primitivo’.

Portanto, o conselho de João é muito oportuno mesmo hoje: “Pois o amor de Deus significa o seguinte: que observemos os seus mandamentos; contudo, os seus mandamentos não são pesados.” Esses mandamentos incluem pregar as boas novas do Reino de Deus e manter-nos separados do mundo e neutros quanto aos seus conflitos, ao passo que fazemos o máximo para santificar o nome de Deus e praticamos o verdadeiro amor. — 1 João 5:3; Marcos 13:10; João 17:16; Mateus 6:9; 1 João 3:23.

SOMOS PECADORES?

Por incrível que pareça, alguns dos anticristos estavam afirmando que não tinham pecado, ou talvez (visto que se consideravam salvos) imaginassem quem eram incapazes de pecar. Portanto, João refuta essa falácia no decorrer de toda a sua carta. Por exemplo, ele diz: “Se fizermos a declaração: ‘Não temos pecado, estamos desencaminhando a nós mesmos e a verdade não está em nós. . . . Se fizermos a declaração: ‘Não temos cometido pecado’, fazemo-lo [a Deus] mentiroso e a sua palavra não está em nós.” — 1 João 1:8-10.

‘Mas, o que é pecado?’ talvez pergunte. A palavra grega hamartía significa literalmente “errar o alvo”. Mas, sob inspiração, João fornece uma definição mais completa: “Todo aquele que pratica pecado está também praticando o que e contra a lei, e assim o pecado é aquilo que é contra a lei [do grego anomia, denotando desprezo para com a lei e a violação desta, maldade, iniqüidade] . . . Quem estiver praticando pecado origina-se do Diabo . . . Todo aquele que nasceu de Deus não está praticando pecado.” — 1 João 3:4, 8, 9.

Deveras, todos nós somos pecadores. Mas, João está interessado em denunciar o pecador ou violador deliberado da lei, aquele “que pratica o pecado”. Mais adiante, ele expõe a gravidade da situação do praticante do pecado, por dizer: “Os filhos de Deus e os filhos do Diabo evidenciam-se pelo seguinte fato: Todo aquele que não está praticando justiça não se origina de Deus, nem aquele que não ama seu irmão.” (1 João 3:10; 5:18) Portanto, evitemos a prática não-cristã do pecado.

NÃO É JESUS O CRISTO?

Parece que alguns outros professos cristãos de origem judaica começaram a negar que Jesus fosse o Cristo e o Filho de Deus. João censura tal falta de fé por dizer: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, aquele que nega o Pai e o Filho.” (1 João 2:22) As palavras diretas de João não deixam margem para os duvidadores.

João suscita mais adiante outra pergunta para apoiar seu raciocínio: “Quem é que vence o mundo senão aquele que tem fé em que Jesus é o Filho de Deus? . . .Escrevo-vos estas coisas para que saibais que tendes vida eterna, vós os que depositastes a vossa fé no nome do Filho de Deus.” — 1 João 5:5, 13.

VEIO CRISTO NA CARNE?

Mas, talvez pergunte: ‘Como podiam certos crentes negar que Jesus viera na carne?’ Evidentemente, por volta do fim do primeiro século, alguns cristãos foram influenciados pela filosofia grega, incluindo o primitivo gnosticismo. Esses apóstatas sustentavam o conceito de que todas as coisas materiais eram más, incluindo o corpo carnal. Assim, para os anticristos apóstatas, Jesus não viera na carne perniciosa, mas, em vez disso, em espírito. João mostra claramente que não compartilhava tais raciocínios teológicos que negavam a eficácia do sacrifício resgatador de Cristo. Portanto, escreve que “Jesus Cristo, um justo”, foi “um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados, contudo, não apenas pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro”. — 1 João 2:1, 2.

Mais adiante, com uma simples e categórica definição, João esclarece ainda mais a questão, dizendo: “Toda expressão inspirada que confessa Jesus Cristo como tendo vindo na carne origina-se de Deus, mas toda expressão inspirada que não confessa a Jesus não se origina de Deus.” — 1 João 4:2, 3.

Um apóstolo levanta-se contra a apostasia

A fim de derivar o máximo proveito deste artigo, recomendamos que leia o livro da Bíblia conhecido como A Primeira de João. Tem apenas algumas páginas.

PERTO do fim do primeiro século de nossa Era Comum, um grave e insidioso perigo ameaçava a primitiva congregação cristã. Tratava-se de perseguição por parte dos de fora da comunidade cristã? Não, o perigo principal provinha de dentro. O sorrateiro inimigo era a apostasia.

Por volta do ano 98 EC, remanescia um apóstolo para agir como baluarte final contra o que mais tarde se tornaria uma onda de ensinos falsos e de transigência religiosa e política. Trata-se do idoso apóstolo João, filho de Zebedeu e irmão do apóstolo Tiago, que foi martirizado uns 54 anos antes. Quando rapaz, João servira junto a Jesus, durante o breve ministério terrestre deste. Talvez fosse devido à personalidade dinâmica de João que Jesus chamou-o de ‘Filho do Trovão’. Agora, já bem idoso, pôs-se a escrever uma vigorosa carta de advertência e conselho para as congregações cristãs. O que ele disse ainda é vital para nós hoje. — Marcos 3:17; Lucas 9:51-56.

João apercebia-se muito bem de que a apostasia se estava infiltrando entre seus companheiros de crença. O apóstolo Paulo predissera anteriormente tal desvio. (Atos 20:29, 30) Em termos nada incertos, João desmascarou os enganadores, dizendo: “Já está havendo agora muitos anticristos; sendo que deste fato obtemos o conhecimento de que é a última hora. Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos; pois, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco.” O fato de João falar de “anticristos” no plural indica que a apostasia não se limitava a uma só pessoa, mas envolvia muitas que negavam o conceito sobre Cristo, que é apresentado na Escritura — 1 João 2:18, 19

Quem eram esses anticristos? E como procuravam enganar seus companheiros de crença? João não mede palavras ao expor os apóstatas anticristos. Ataca-os de três ângulos: (1) negarem que Cristo veio na carne, (2) negarem que Jesus era o Cristo e o Filho de Deus e (3) negarem que eles próprios eram pecadores.

domingo, 4 de julho de 2010

O Diabo é um inimigo colossal

Mesmo assim, o Diabo ainda é um inimigo colossal. Ele “anda em volta como leão que ruge, procurando a quem devorar”. (1 Pedro 5:8) Ele não é um vago princípio do mal que reside na nossa carne imperfeita. Nós realmente temos uma luta diária contra nossas inclinações pecaminosas, é verdade. (Romanos 7:18-20) Mas a verdadeira luta é “contra os governantes mundiais desta escuridão, contra as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais”. — Efésios 6:12.

Quão ampla é a influência do Diabo? “O mundo inteiro jaz no poder do iníquo”, diz o apóstolo João. (1 João 5:19) Naturalmente, não devemos ter obsessão pelo Diabo, nem permitir que o medo supersticioso dele nos paralise. É sensato, porém, estarmos alertas aos seus esforços de nos cegar para com a verdade e de quebrar a nossa integridade a Deus. — Jó 2:3-5; 2 Coríntios 4:3, 4.

O Diabo nem sempre usa meios brutais para atacar os que querem fazer a vontade de Deus. Às vezes, ele se disfarça de “anjo de luz”. O apóstolo Paulo alertou os cristãos a respeito desse perigo, ao escrever: “Tenho medo de que, de algum modo, assim como a serpente seduziu Eva pela sua astúcia, vossas mentes sejam corrompidas, afastando-se da sinceridade e da castidade que se devem ao Cristo.” — 2 Coríntios 11:3, 14.

Portanto, precisamos ‘manter os nossos sentidos, ser vigilantes e tomar nossa posição contra ele, sólidos na fé’. (1 Pedro 5:8, 9; 2 Coríntios 2:11) Não dê vantagem a Satanás por se envolver em alguma coisa ligada ao ocultismo. (Deuteronômio 18:10-12) Seja um bom estudante da Palavra de Deus, lembrando-se de que Jesus Cristo repetidas vezes se referiu à Palavra de Deus ao ser tentado pelo Diabo. (Mateus 4:4, 7, 10) Ore pelo espírito de Deus. Seu fruto pode ajudá-lo a evitar as obras da carne, que Satanás promove com tanta eficiência. (Gálatas 5:16-24) Também, ore com fervor a Deus quando se sente de algum modo pressionado pelo Diabo e seus demônios. — Filipenses 4:6, 7.

Não é preciso ter terror do Diabo. Deus promete verdadeira proteção contra qualquer coisa que ele possa fazer. (Salmo 91:1-4; Provérbios 18:10; Tiago 4:7, 8) “Prossegui adquirindo poder no Senhor e na potência da sua força”, diz o apóstolo Paulo. Assim você ‘poderá manter-se firme contra as maquinações do Diabo’. — Efésios 6:10, 11.

Anjos desobedientes

Outros anjos juntaram-se à rebelião de Satanás. (Lucas 11:14, 15) Esses anjos “abandonaram a sua própria moradia correta” e materializaram corpos humanos a fim de terem relações sexuais com “as filhas dos homens”, nos dias de Noé. ( Judas 6; Gênesis 6:1-4; 1 Pedro 3:19, 20) “Um terço das estrelas do céu”, ou uma minoria de criaturas espirituais, adotou esse proceder. — Revelação 12:4.

O altamente simbólico livro de Revelação retrata o Diabo como “grande dragão cor de fogo”. (Revelação 12:3) Por quê? Não porque tenha literalmente um corpo monstruoso ou feio. De fato, não sabemos que tipo de corpo as criaturas espirituais têm, mas provavelmente Satanás não difere nesse respeito de outras criaturas espirituais angélicas. No entanto, “um grande dragão cor de fogo” retrata bem o espírito voraz, apavorante, poderoso e destrutivo de Satanás.

Satanás e os demônios estão agora sob severa restrição. Não podem mais se materializar, como pelo visto faziam antes. Pouco depois do estabelecimento do Reino de Deus às mãos de Cristo, em 1914, eles foram lançados para baixo, à vizinhança da Terra.

O Diabo — mais do que apenas superstição

“O Novo Testamento por toda parte vê um grande conflito entre as forças de Deus e do bem, por um lado, [e] as forças do mal, lideradas por Satanás, por outro lado. Não se trata do conceito emitido por um ou outro escritor sagrado, mas é comum a todos eles. . . . O testemunho do Novo Testamento, por conseguinte, é claro. Satanás é uma perversa realidade, sempre hostil contra Deus e contra o povo de Deus.” — “O Novo Dicionário da Bíblia”.

SENDO assim, por que muitos que professam o cristianismo — e que afirmam crer na Bíblia — rejeitam a idéia de que existe um Diabo real? Porque, na verdade, eles não aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus. ( Jeremias 8:9) Os escritores bíblicos, dizem eles, refletiram as filosofias das nações que os cercavam, e eles não transmitiram corretamente a verdade de Deus. O teólogo católico Hans Küng, por exemplo, escreveu: “Conceitos mitológicos de Satanás com legiões de demônios . . . migraram da mitologia babilônica para o judaísmo primitivo e dali para o Novo Testamento.” — On Being a Christian (Sobre Ser Cristão).

Mas a Bíblia não é mera palavra de homens; é realmente a inspirada Palavra de Deus. É sábio, pois, levar a sério o que ela diz a respeito do Diabo. — 2 Timóteo 3:14-17; 2 Pedro 1:20, 21.