sábado, 22 de maio de 2010

“EXECUTADOS COM O MACHADO”

No entanto, nem todos os 144.000 co-herdeiros do Reino de Jesus Cristo foram executados com o machado ou decapitados pelo testemunho que deram de Jesus e por falarem sobre Deus. Não de modo literal! O apóstolo Tiago, irmão natural de João, foi morto pela espada, possivelmente decapitado, pelo Rei Herodes Agripa I. (Atos 12:1, 2) Segundo a tradição, o apóstolo Paulo foi decapitado em Roma, na Itália. (2 Timóteo 4:6-8) Mas nem todos os 144.000 sofrem a morte de mártir por decapitação. Certamente não é Deus quem os executa com o machado, quer literalmente, quer de modo figurativo, visto que é por falarem sobre Ele que todos são executados com o machado. É o estado político quem os executa. No caso do Império Romano, do qual o apóstolo João era prisioneiro na ilha penal de Patmos, este poder de execução foi simbolizado por um machado envolvido por um feixe de varas, com os quais os criminosos eram flagelados e decapitados. Este símbolo era chamado de fasces e era levado em procissão pelos lictores diante do magistrado romano mais elevado. Benito Mussolini, o Duce do Partido Fascista, popularizou este símbolo durante seu regime na Itália.

Na realidade, o estado político desse mundo executa os 144.000 herdeiros do Reino por julgá-los indignos de viver sob a sua autoridade. Sentencia-os como que à morte. O motivo disso é esclarecido pelo apóstolo João. De que modo? Em que eles, como diz João, “não tinham adorado nem a fera nem a imagem dela” e “não tinham recebido a marca na sua testa e na sua mão”. Em outras palavras, estes 144.000 herdeiros do Reino não haviam adorado o estado político em qualquer das suas diversas expressões em toda a terra. Nem haviam os do restante destes herdeiros do Reino, neste século vinte, adorado aquela organização internacional em prol de paz e segurança mundiais, agora conhecida como Nações Unidas, mas anteriormente conhecida como Liga das Nações. A “fera” simbólica, o estado político mundial, é aquela que é lançada na destruição simbolizada pelo “lago ardente que queima com enxofre”, na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har–Magedon. — Revelação 13:1-17; 14:9-11; 19:19, 20; 20:4.

Os 144.000 herdeiros do Reino não adoram a “fera” simbólica, nem se metem na sua política, nem se candidatam a cargos políticos, nem participam nas suas guerras sangrentas. Não recebem assim a marca nem na testa, nem na mão, o que simbolizaria serem escravos do estado e darem a mão na execução de suas atividades mundanas, amiúde animalescas. Os 144.000 tampouco adoram a “imagem da fera”, nem atribuem a salvação à organização internacional feita pelo homem em prol de paz e segurança mundiais. Adoram apenas o Deus sobre quem falam e dão a sua lealdade a Ele, como o Soberano Universal. Não enaltecem o estado político, terrestre, mas dão testemunho de Jesus, o Filho de Deus, como sendo o Cristo, o Messias, a quem o Deus Altíssimo designou para governar o mundo da humanidade por mil anos. Não é de admirar que a “fera” execute os 144.000 como que com um machado!

Quer terminem sua carreira terrestre em morte violenta de mártir, quer não, todos os 144.000 herdeiros do Reino por fim morrem de modo físico. Então, como podem entrar no reino dos céus e assentar-se ali naqueles tronos judiciais? Não é por qualquer imortalidade da alma humana, mas sim pela ressurreição dentre os mortos. João diz a respeito “dos executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus”: “E passaram a viver e reinaram com o Cristo por mil anos.” — Revelação 20:4.

“Passaram a viver” novamente, não na terra como criaturas humanas ou almas humanas, mas lá no céu, como filhos espirituais de Deus. É como tais que são vistos na visão pelo apóstolo João. Eles têm uma duração de vida mais longa do que a da humanidade atual. Podem viver mais do que Metusalém, que viveu 969 anos. (Gênesis 5:25-27) Podem viver durante os mil anos de seu reinado com Cristo e depois continuarem pela eternidade infindável, pois são revestidos da imortalidade ao serem ressuscitados dentre os mortos. (1 Coríntios 15:50-57) No momento de sua ressurreição estão na plenitude da vida, sem fraqueza, sem corrução, sem quaisquer das imperfeições anteriores de seus corpos físicos, moribundos, que herdaram dos pecadores Adão e Eva. Estão perfeitamente vivos, justificados pelo Deus Todo-poderoso para a vida eterna no espírito. — 1 Coríntios 15:42-55.

A fim de salientar esta diferença entre seu estado instantâneo na ressurreição e o estado dos demais do mundo da humanidade no começo dos mil anos, o apóstolo João passa a dizer: “Receberam a vida, e reinaram com Cristo mil anos. Os restantes mortos não tornaram a viver até terminados os mil anos.” (Revelação 20:4, 5, Mateus Hoepers) Isto prova que nem mesmo os da grande multidão” de adoradores no templo espiritual de Deus, que sobreviverem à “grande tribulação”, serão instantaneamente tornados perfeitos na carne e declarados dignos da vida eterna na terra, logo após a amarração e o lançamento no abismo de Satanás, o Diabo, e seus demônios. Pelas ajudas e bênçãos soerguedoras do reinado milenar de Jesus Cristo, progredirão gradualmente até a perfeição humana e a capacidade de viver sem pecados na carne e de guardar as leis de Deus de modo imaculado. Mas que dizer dos bilhões de humanos adormecidos em túmulos memoriais terrestres e em sepulturas aquosas?

A respeito destes, a previsão de João a respeito dos mil anos nos mostra o que lhes acontecerá, dizendo: “E o mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles, e foram julgados individualmente segundo as suas ações.” (Revelação 20:13) Entre os que assim saem do Hades ou da sepultura comum da humanidade morta estará aquele malfeitor pendurado numa estaca de execução ao lado de Jesus, a quem Jesus disse: “Na verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso.” (Lucas 23:43, Trinitária, 1883; Tradução do Novo Mundo) Este malfeitor sairá do Hades para o Paraíso terrestre restabelecido para a humanidade pelo reino de Jesus Cristo. Neste Paraíso, o malfeitor terá a oportunidade, junto com todos os mortos humanos ressuscitados, de corrigir seu proceder na vida e ser curado da imperfeição e pecaminosidade humanas. Deste modo, ao fim dos mil anos do reinado de Cristo, poderá alcançar o objetivo da perfeição humana à imagem e semelhança de Deus. Todos os que atingirem a perfeição humana e a condição sem pecado na terra, ao fim dos mil anos, porém, terão de passar por uma prova final de sua lealdade à regência soberana, universal, de Deus, para manter a sua vida perfeita.

Aqueles homens aperfeiçoados, na terra, que mantiverem sua integridade e se mostrarem fiéis à regência legítima de Deus, serão declarados justos pelo Juiz Supremo, Deus. Ele declarará que estes inocentes são dignos da vida eterna e lhes atribuirá o direito à vida infindável em felicidade no Paraíso terrestre. Estes obedientes, livres de toda a condenação, viverão então realmente, do ponto de vista perfeito de Deus. Desta maneira, então, é que “os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos”. (Revelação 20:5) Os humanos aperfeiçoados que não passarem em fidelidade por aquela prova de lealdade piedosa, depois de terminarem os mil anos, serão destruídos eternamente, assim como João apresenta o assunto na sua previsão, dizendo: “E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo. Outrossim, todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lado de fogo.” (Revelação 20:14, 15) Portanto, estes desleais não alcançam a vida eterna.

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