sexta-feira, 4 de junho de 2010

QUANDO NÃO HAVIA “INFERNO”

Agora é uma boa ocasião para perguntarmos, em vista de nosso entendimento corrigido do assunto, pela própria Bíblia, quando era que não havia “inferno”, infernus ou Seol? Era no tempo em que o primeiro homem e a primeira mulher, Adão e Eva, estavam no jardim paradísico do Éden, há quase seis mil anos atrás. Lemos a respeito daquele tempo feliz: “Plantou . . . o Senhor Deus um jardim no Éden [um paraíso de delícias, Matos Soares], do lado do oriente, e aí colocou o homem que ele formara.” Mais tarde, Deus colocou ali também a primeira mulher, ao lado de Adão. — Gên. 2:8-23; 1:26-28, Pontifício Instituto Bíblico, de Roma.
O “inferno” ou Seol não existia então na terra. Não havia cemitério escavado quer por Deus quer pelo homem. A sepultura comum do homem, assim como existe hoje, não tivera seu início naquele tempo. Não havia então nenhuma necessidade de tal coisa, pois o Senhor Deus não criara a humanidade para ir por fim quer para o “inferno” (Seol), quer para o céu. Ele desejava, amorosamente, que a humanidade vivesse para sempre na terra no meio de condições paradísicas. Foi por isso que ele disse a Adão, mesmo antes de se criar a esposa dele, Eva: “Da árvore da ciência do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres, morrerás ao certo.” — Gên. 2:17, PIB.
Para não despercebermos este ponto importante, notemos que o Senhor Deus não disse a Adão que, no dia em que comesse do fruto proibido, ele iria para um “inferno” para sofrer conscientemente para sempre em tormento ardente. Advertiu Adão de que morreria ao certo pela desobediência. Mesmo depois de Adão seguir o exemplo de sua esposa e comer do fruto proibido, Deus disse a Adão na sentença de morte: “Comerás o pão com o suor de tua fronte, até que voltes à terra da qual foste tirado; porque és pó, e em pó te hás de tornar.” (Gên. 3:19, PIB) Isto estava em harmonia com a descrição da criação do homem, que reza: “O Senhor Deus formou o homem com o pó da terra e lhe insuflou nas narinas um hálito de vida, e com isso tornou-se o homem uma alma vivente.” (Gên. 2:7, PIB) O homem tornou-se uma alma humana vivente ao ser criado. Portanto, ao morrer, ele deixaria de ser uma alma vivente, e por isso não sobraria alma para sobreviver, que pudesse ser conscientemente atormentada para sempre em fogo e enxofre.
Levando uma vida condenada fora do paraíso de delícias por cerca de novecentos e trinta anos, Adão viveu mais de oitocentos anos depois da morte de seu segundo filho Abel. O justo Abel, que temia a Deus, foi assassinado pelo seu irmão mais velho, ciumento, Caim. Não se registrando a morte de quaisquer filhos de Adão e Eva antes disso, então o “inferno” (o infernus, Seol) veio à existência com a morte e o enterro de Abel. O Senhor Deus disse ao assassino Caim: “Que fizeste? Escuta! O sangue de teu irmão está clamando a mim desde o solo. E agora, maldito és, banido do solo, o qual abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue de teu irmão.” — Gên. 4:1-11; 5:1-5.
19 Abel era homem que tinha fé em Deus. Lemos em Hebreus 11:4: “Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício de maior valor do que Caim, sendo por esta fé que se deu testemunho de que era justo, dando Deus testemunho com respeito a suas dádivas; e por intermédio dela, embora morto, ainda fala.” (Veja também 1 João 3:12.) Jesus Cristo também disse que Abel era justo. (Mat. 23:35) Por este motivo, o Senhor Deus lembra-se de Abel no seu estado morto, e, por isso, Abel foi para o Seol para o “inferno” ou infernus ao morrer e ser enterrado. Ele ainda se encontra na sepultura comum à humanidade morta. Sua morte foi dessemelhante da dos pecadores sentenciados, Adão e Eva. Podemos ter a certeza de que Deus se lembrará de Abel assim como se lembrará do patriarca Jó, no tempo divinamente designado. — Jó 14:13.

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