sexta-feira, 4 de junho de 2010

NÃO ELIMINADOS PARA SEMPRE NO “INFERNO”

Significa isso que os que vão para o “inferno”, quer dizer, para o “Hades” ou “Seol”, não são eliminados para sempre ali, que não permanecem ali para todo o sempre? Deve ser assim, se a Bíblia Sagrada mostrar que alguém saiu do “inferno” (infernus, Hades, Seol) para ficar fora para sempre. Lembremo-nos de que o salmista Davi escreveu: “Porque não deixarás a minha alma no inferno [em latim: infernus]; nem permitirás que o teu santo veja corrupção.” (Sal. 15:10, Figueiredo, ed. de 1945; 16:10, Trinitária) Estava Davi falando a respeito de si mesmo? O apóstolo cristão Pedro diz que não. No dia de Pentecostes do ano 33 E. C., Pedro citou este salmo de Davi e o aplicou à pessoa certa. Pedro disse:
“Porque não deixarás a minha alma no inferno [em latim: infernus], nem permitirás que o teu santo experimente corrupção. Tu me fizeste conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria, mostrando-me a tua face. Varões irmãos, seja-me permitido dizer-vos ousadamente do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e o seu sepulcro se vê entre nós até o dia de hoje. Sendo ele pois um profeta, e sabendo que com juramento lhe havia Deus jurado que do fruto dos seus lombos se assentaria um sobre o seu trono; prevendo isto, falou da ressurreição de Cristo, que nem foi deixado no inferno [em latim: infernus], nem a sua carne viu a corrupção. A este Jesus ressuscitou Deus, do que todos nós somos testemunhas.” — Atos 2:27-32, Figueiredo, 1945 e 1968.
Muitos dos que têm sido membros das igrejas lembrar-se-ão de terem recitado em conjunto o chamado “Credo” ou “Símbolo dos Apóstolos”, que reza: Creio em Deus Pai onipotente, Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, o qual . . . foi crucificado, morto e sepultado; desceu aos infernos [em latim: inferna], no terceiro dia ressuscitou dos mortos; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai onipotente.” Os recitadores deste Símbolo ou Credo têm assim expresso a crença de que Jesus Cristo “desceu aos infernos”. Queriam dizer com estas palavras que desceu ao fogo e enxofre debaixo da terra, a fim de ser atormentado ali para sempre em lugar da humanidade? Não podiam ter-se referido a isso, por que diziam logo nas próximas palavras: “no terceiro dia ressuscitou dos mortos”. Assim, eles mesmos, assim como o apóstolo Pedro, confessaram que, no caso de Jesus Cristo, o “inferno” (infernus) não é um lugar do qual os mortos humanos que entraram nele nunca possam sair. Jesus não sentiu ali nenhum tormento.
30 Jesus Cristo estava no “inferno” (Hades ou Seol) durante partes de três dias (14-16 de nisã de 33 E. C.). Conforme nos diz Eclesiastes 9:5, 10, enquanto estava ali, não estava cônscio de nada. Não achou ali nem trabalho, nem razão, nem sabedoria ou conhecimento. Embora estivesse realmente morto, estava como que dormindo, inativo, desapercebido de tudo. Foi por isso que o apóstolo cristão Paulo escreveu a respeito da ressurreição de Cristo dentre os mortos: “Mas agora ressuscitou Cristo dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” (1 Cor. 15:20, Figueiredo) Portanto, a ressurreição, de fato, beneficiou a Jesus Cristo, que estivera morto no “inferno” (Hades ou Seol). E, por este motivo, é do propósito de Deus, o Todo-poderoso, que a ressurreição beneficie todos os demais mortos naquele “inferno”. Jesus Cristo foi apenas “as primícias” dos adormecidos ali na morte. A plena colheita de mortos humanos será despertada e trazida para fora no tempo designado por Deus. Esta é a idéia básica contida nas palavras inspiradas do apóstolo Paulo:
“Porque como a morte veio na verdade por um homem, também por um homem deve vir a ressurreição dos mortos. E assim como em Adão morrem todos, assim também todos serão vivificados em Cristo.” — 1 Cor. 15:21, 22, Figueiredo.
Que o “inferno” (Hades ou Seol) é o lugar do qual todos os mortos hão de ser libertos por meio duma ressurreição nos é assegurado pelas palavras do ressuscitado Jesus Cristo. Por volta do ano 96 E. C., ou trinta e dois anos depois do incêndio de Roma pelo Imperador Nero, o ressuscitado Jesus Cristo apareceu ao apóstolo João numa visão. Esta visão é relatada no último livro da Bíblia, chamado Apocalipse ou Revelação, e nela ele disse ao apóstolo João: “Eu sou o primeiro e o último e o vivente; e fui morto, mas eis aqui estou eu vivo por séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno [em latim: infernus].” — Rev. (Apo.) 1:17, 18, Figueiredo.
Visto ter ele “as chaves da morte e do inferno”, tem o ressuscitado Jesus Cristo o propósito de manter fechados ali para sempre os que estão na morte e no inferno? Ou é preciso que primeiro parentes ou amigos dos falecidos lhe paguem dinheiro antes de ele usar as chaves e deixar sair os que estão na morte e no inferno? Quão egoísta e comercial seria se ele se aproveitasse assim de ter “as chaves da morte e do inferno”!
34 Rejeitando completamente tal idéia, Jesus disse aos seus apóstolos: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar sua vida em redenção por muitos.” (Mat. 20:28, Figueiredo) Quando estava na terra como homem, Jesus Cristo nunca cobrou nem um único denário de prata por ressuscitar dos mortos aqueles que fez voltar à vida. O objetivo do ressuscitado Jesus Cristo quanto ao uso das “chaves da morte e do inferno” não é manter os mortos fechados para sempre, mas libertá-los amorosa e gratuitamente. O próprio Deus, que ressuscitou seu Filho Jesus Cristo do “inferno”, confiou-lhe estas “chaves” para este mesmo fim.
Na expectativa deste tempo alegre para ele, Jesus Cristo disse aos judeus: “Assim como o Pai tem a vida em si mesmo, assim também deu ele ao Filho ter vida em si mesmo. E lhe deu poder de exercitar o juízo, porque é Filho do homem. Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que se acham nos sepulcros, ouvirão a voz do Filho de Deus: e os que obraram bem, sairão para a ressurreição da vida: mas os que obraram mal, sairão ressuscitados para a condenação.” (João 5:26-29, Figueiredo) É evidente que a ressurreição de todos os mortos no “inferno” é para o benefício deles. É somente depois de alguns dos ressuscitados do “inferno” voltarem deliberadamente a transgressões que sua ressurreição acabará sendo uma de condenação à destruição eterna. Portanto, o objetivo da ressurreição é benéfico, visando dar vida eterna aos mortos. Abre para eles a oportunidade de usufruir a vida eterna na nova ordem de Deus.
36 Na mesma Revelação, ou Apocalipse, dada ao apóstolo João, o ressuscitado Jesus Cristo forneceu um quadro do tempo em que não haverá mais “inferno”. Isto se dará depois de este velho sistema mundano de coisas ter sido destruído e Deus ter criado novos céus e uma nova terra, quer dizer, um novo governo celestial e uma nova sociedade humana terrestre. Descrevendo esta cena maravilhosa, João escreveu:
“E vi um grande trono branco, e um que estava assentado sobre ele, de cuja vista fugiu a terra e o céu, e não foi achado o lugar deles. E vi os mortos, grandes e pequeninos, que estavam em pé diante do trono, e foram abertos os livros; e foi aberto outro livro que é o da vida, e foram julgados os mortos pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E o mar deu os mortos que estavam nele; e a morte e o inferno [em latim: infernus] deram os seus mortos que estavam neles.” — Apo. (Rev.) 20:11, 13, Figueiredo.
Sim, quando o “inferno” (Hades ou Seol) tiver entregue o último morto nele, pela ressurreição de todos os mortos para os quais Jesus Cristo deu sua vida humana em redenção, então não haverá mais inferno. Em toda a terra, os habitantes não verão mais nem um único cemitério ou lápide funerária. A sepultura comum à humanidade terá sido destruída para sempre. É por isso que Apocalipse 20:14, 15, Figueiredo, prossegue: “E o inferno [em latim: infernus] e a morte foram lançados no tanque de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que se não achou escrito no livro da vida, foi lançado no tanque de fogo.” Quão glorioso será este dia de julgamento! “O inferno” receberá o golpe da morte. A morte que toda a humanidade herdou dos pecadores Adão e Eva será morta, deixará de existir, visto que toda a humanidade obediente será levada à perfeição da vida humana num paraíso restabelecido de delícias. As transgressões serão descontinuadas com a destruição de todos os que deliberadamente se tornarem iníquos e que terão de sofrer a penalidade da segunda morte.

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