sexta-feira, 4 de junho de 2010

Como a ressurreição beneficiará todos os mortos no inferno

“Oh! Se Tu no Cheol me escondesses, ocultando-me até passar Tua ira.” — Jó 14:13, versão católica romana da Liga de Estudos Bíblicos.
HAVIA uma vez um tempo em que não existia “inferno”. E haverá novamente um tempo em que não existirá “inferno”. Em vista duma asserção tão forte, alguém talvez pergunte: Como se dará isso? Quem o fará? Viveremos até que isso aconteça?
Ao falarmos sobre nós vivermos para ver este tempo em que não haverá mais “inferno” somos levados a perguntar: Será isso de benefício para nós os que vivermos então na terra? Fará o desaparecimento do “inferno” com que se solte sobre esta terra um enxame de pessoas do pior tipo, para tornar nossas condições morais e sociais ainda piores do que são hoje? Tal idéia é chocante e amedrontadora. Que coisa boa poderia resultar disso para alguém, para Deus ou para o homem, especialmente para nós, os que já sofremos com perturbações e perturbadores? Estas parecem ser perguntas difíceis. Há, porém, respostas fidedignas a todas estas perguntas. Sem dúvida, todos estarão interessados em saber delas. Assim entenderemos o que realmente há de acontecer.
O “inferno” sempre esteve relacionado com a religião. De modo que o mais antigo Livro religioso, a Bíblia, devia poder dar as respostas certas. E ela as dá. A palavra “inferno” tem sido usada durante séculos. Por exemplo, quando o perseguido tradutor da Bíblia, William Tyndale, fez a sua tradução da parte grega da Bíblia original para o inglês, no ano 1525, ele disse em Mateus 11:23: “E tu Cafarnaum, que estás elevada ao céu, para o inferno [hell] serás rebaixada.” Quando o Dr. Martinho Lutero traduziu estas Escrituras Gregas Cristãs para o alemão, em 1522, ele usou a palavra alemã correspondente, “Hoelle”. Mas quando o santo católico romano Jerônimo traduziu as mesmas escrituras do grego comum para o latim, em 383 E. C., ele usou a palavra “infernus”. Então, o poeta italiano Dante Alighieri, do século quatorze, escreveu seu famoso poema intitulado Divina Comédia e chamou a primeira parte dele “Inferno”. Ele retratou o “Inferno” como uma cova funda com círculos cada vez mais apertados, nos quais as almas humanas condenadas sofriam após a morte do corpo. Tinha Dante razão?
Os clérigos religiosos da cristandade criaram na mente das pessoas de suas igrejas uma imagem do que eles entendem ser o “inferno”. É uma imagem terrível. A sua idéia do “inferno”, ensinada já por muito tempo, depende da doutrina da alma humana ensinada por eles. Imaginam que a alma humana seja uma coisa separada e distinta do corpo humano. Também, ao passo que o corpo humano é mortal e corrutível, a alma humana supostamente é imortal e incorrutível, sendo espiritual e por isso invisível, algo que não podemos sentir com o tato.
Portanto, conforme dizem os clérigos, quando o corpo humano morre, a alma humana não morre, mas sobrevive, embora não a possamos ver com os olhos naturais. Visto que ela precisa então abandonar o corpo em que viveu, precisa ir para outra parte no mundo invisível, espiritual. Mas, para onde? Em termos simples, as almas boas vão para o céu, mas as almas más vão para o inferno. O céu é assim posto em oposição ao inferno, e visto que o céu é um lugar de eterna felicidade e bênção, portanto, o inferno deve ser o lugar de eterno sofrimento, de tormento eterno. Os clérigos dizem que há fogo e enxofre lá no inferno.
Os clérigos da cristandade têm ensinado tal idéia dum “inferno” durante muitos séculos. Visto que afirmam ensinar o que a Bíblia Sagrada diz sobre o “inferno”, vemo-nos obrigados a ir diretamente à própria Bíblia para saber exatamente o que ela diz sobre este assunto. É verdade que a palavra “inferno” ocorre dezenas de vezes em diversas traduções da Bíblia, e, segundo tais traduções, a Bíblia ensina que há um “inferno”. Mas, a questão é: O que disseram e mostraram os escritores da Bíblia quanto a que é tal “inferno”? Temos de guiar-nos por aquilo que eles mostraram que é, não por aquilo que outros dizem que tais escritores bíblicos disseram que é. Poderíamos enganar a nós mesmos se deturpássemos aquilo que estes escritores bíblicos disseram.

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