terça-feira, 10 de agosto de 2010

TEMPO DE PROVA E DE DESASTRES

Em resposta à pergunta de seus apóstolos, Jesus descreveu primeiro os acontecimentos que levariam à destruição de Jerusalém dentro daquela geração. “E Jesus, em resposta, disse-lhes: ‘Olhai para que ninguém vos desencaminhe; pois muitos virão à base do meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e desencaminharão a muitos. Ouvireis falar de guerras e relatos de guerras; vede que não fiqueis apavorados. Pois estas coisas têm de acontecer, mas ainda não é o fim.’” — Mateus 24:4-6.

Levantar-se-iam judeus, não afirmando ser Jesus retornado na carne, mas serem o prometido Messias ou Cristo. Mas nem os apóstolos, nem seus condiscípulos deviam deixar-se desencaminhar por tais pretensos messias ou cristos, porque a sua atuação não assinalaria a “presença” ou parusia de Jesus Cristo, nem traria a libertação da nação judaica. A revolta judaica contra os romanos, no ano 66 E.C., foi tal esforço messiânico, mas levou à destruição de Jerusalém e à dispersão da nação judaica. As esperanças messiânicas daquelas pessoas desencaminhadas foram amargamente desapontadas.

Durante este período de trinta e sete anos, houve várias guerras, aos ouvidos dos discípulos ou meramente relatadas a eles como notícias. Mas estas guerras, embora afetassem a situação da nação judaica, não eram as que diretamente trariam o fim do sistema judaico de coisas. Por isso, os discípulos não deviam ficar apavorados ao ponto de tomar qualquer ação prematura. “Ainda não é o fim.”

“Porque”, disse Jesus, ampliando o que dissera sobre guerras e relatos de guerras, “nação se levantará contra nação e reino contra reino, e haverá escassez de víveres e terremotos num lugar após outro. Todas essas coisas são um princípio das dores de aflição.” — Mateus 24:7, 8. Também Marcos 13:8.

12 Visto que tais calamidades eram apenas um “princípio das dores de aflição”, “ainda não” era o fim. Aquelas calamidades apenas eram indícios, não a agonia final da morte. Tais coisas afetariam as pessoas em geral, mas havia coisas que viriam especificamente sobre os discípulos de Jesus, porque anunciavam o verdadeiro Messias ou Cristo e seguiam nas suas pisadas. Por isso, Jesus prosseguiu:

“Então vos entregarão a tribulação e vos matarão, e sereis pessoas odiadas por todas as nações, por causa do meu nome. Então, também, muitos tropeçarão e trairão uns aos outros, e se odiarão uns aos outros. E surgirão muitos falsos profetas, e desencaminharão a muitos; e, por causa do aumento do que é contra a lei, o amor da maioria se esfriará. Mas, quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo. E estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” — Mateus 24:9-14. Veja Marcos 13:9-13.

O livro bíblico intitulado “Atos dos Apóstolos” atesta o cumprimento destas palavras proféticas de Jesus Cristo mesmo dentro daquela geração, porque este livro foi escrito pelo médico Lucas por volta do ano 61 E.C. Outros livros bíblicos, cartas inspiradas escritas por apóstolos e por outros discípulos antes da destruição de Jerusalém em 70 E.C., confirmam a narrativa de Atos dos Apóstolos e fazem acréscimos ao registro do sofrimento dos cristãos, sob perseguição e ódio internacionais para com o cristianismo. As boas novas do reino de Deus haviam penetrado além do Oriente Médio, na Ásia Menor, na Ásia continental, na África, na Europa e nas ilhas do Mar Mediterrâneo. A pregação da mensagem do Reino foi realizada em toda a terra habitada. Embora não resultasse numa conversão mundial ao cristianismo, o que nunca se destinava a realizar, resultou num testemunho a todas as nações. (Colossenses 1:6, 23) Antes de esta façanha louvável ser realizada por testemunhas cristãs denodadas, não podia vir o fim calamitoso de Jerusalém e do sistema judaico de coisas.

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