sábado, 28 de agosto de 2010

Guerra tribal

Como muitos sabem, os problemas da Igreja Católica são gravíssimos em Burundi e Ruanda, países africanos predominantemente católicos. A guerra tribal lá virou notícia internacional em abril deste ano, quando centenas de milhares de pessoas foram mortas em massacres. Uma testemunha ocular disse: “Vimos mulheres com criancinhas nas costas matando. Vimos crianças matando crianças.”
O jornal National Catholic Reporter comentou sobre a angústia da liderança católica. Disse que o papa “sentiu ‘imensa dor’ ao receber novos relatos de conflitos na pequenina nação africana [Burundi], cuja população é predominantemente católica”.
Os massacres em Ruanda abalaram ainda mais a liderança católica. “Papa condena genocídio em nação 70% católica”, foi uma manchete no mesmo jornal. O artigo dizia: “O conflito nessa nação africana é ‘um verdadeiro genocídio, pelo qual, lamentavelmente, até mesmo os católicos são responsáveis’, disse o papa.”
A atenção dos bispos obviamente estava voltada para a situação em Ruanda, já que as atrocidades nesse país eram cometidas enquanto se realizava o histórico sínodo católico em Roma. O National Catholic Reporter comentou: “O conflito em Ruanda revela algo alarmante: a fé cristã não lançou raízes suficientemente profundas na África para superar o tribalismo.”
Chamando atenção para a preocupação dos bispos em assembléia, o National Catholic Reporter disse ainda: “Esse tema [o tribalismo] foi abordado por Albert Kanene Obiefuna, bispo de Awka, Nigéria, ao falar ao sínodo.” Em seu discurso, Obiefuna explicou: “O africano típico leva a vida familiar e também sua vida cristã no contexto das atividades tribais.”
Depois, sem dúvida pensando em Ruanda, Obiefuna prosseguiu em seu discurso ao sínodo: “Essa mentalidade é tão generalizada que os africanos costumam dizer que, na hora do aperto, não é o conceito cristão da Igreja, como família, que prevalece, mas o adágio ‘sangue é mais grosso do que água’. E, presumivelmente, é possível incluir nessa água as águas do Batismo, por meio das quais a pessoa se filia à família da Igreja. A relação consangüínea é mais importante, até mesmo para o africano que se torna cristão.”
O bispo admitiu assim que, na África, a fé católica não tivera êxito em criar uma fraternidade cristã em que os fiéis realmente amassem uns aos outros como Jesus Cristo ensinou que deviam amar. (João 13:35) Em vez disso, “a relação consangüínea é mais importante” para os católicos africanos, o que resulta em eles colocarem ódios tribais à frente de todas as outras considerações. Como o papa admitiu, os católicos na África precisam assumir a responsabilidade por algumas das piores atrocidades cometidas recentemente.

Um comentário:

  1. Muito bom esse texto,Fui fazer um trabalho de escola coloquei esse texto e tirei uma otima nota.

    ResponderExcluir