quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os mórmons e a Bíblia

“Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, o quanto seja correta sua tradução”, declara o artigo oitavo das Regras de Fé do mormonismo. Mas acrescenta: “Cremos também ser o Livro de Mórmon a palavra de Deus.” Muitos se perguntam, porém, que necessidade há de outras Escrituras?

O elder Bruce R. McConkie afirmou: “Não há ninguém na Terra que tenha a Bíblia em tão alta conta quanto os [mórmons]. . . . Mas nós não cremos que . . . a Bíblia contenha todas as coisas necessárias para a salvação.” No panfleto Quem São os Mórmons?, o presidente Gordon B. Hinckley escreveu que as inúmeras seitas e religiões “prestam testemunho da insuficiência da Bíblia”.

Os escritores mórmons expressam dúvidas profundas sobre a veracidade da Bíblia por causa de alegadas supressões e erros de tradução. O apóstolo mórmon James E. Talmage, no livro Um Estudo das Regras de Fé, insta: “Leia-se, pois, a Bíblia reverentemente e com cuidado e oração, buscando o leitor a luz do Espírito para poder sempre distinguir entre a verdade e os erros dos homens.” Orson Pratt, um dos primeiros apóstolos do mormonismo, foi ainda mais longe: “Quem garante que um versículo sequer da Bíblia inteira tenha escapado de deturpação?”

Neste respeito, parece que os mórmons não estão a par de todos os fatos. É verdade que o texto bíblico foi copiado e traduzido muitas vezes ao longo dos anos. Todavia, a evidência de que ele, em essência, não foi alterado é esmagadora. Milhares de manuscritos hebraicos e gregos antigos foram escrutinados lado a lado com cópias mais recentes da Bíblia. Por exemplo, o Rolo do Mar Morto de Isaías, datado do segundo século AEC, foi comparado com um manuscrito datado de mais de mil anos depois. Havia sérias adulterações? Ao contrário, certo erudito que analisou os manuscritos declarou que as poucas diferenças encontradas “consistiam principalmente em lapsos óbvios da pena e variações de grafia”.

Depois de uma vida inteira dedicada a estudos intensos, o ex-diretor do Museu Britânico, Sir Frederic Kenyon, atestou: “O cristão pode segurar a Bíblia inteira na mão e dizer sem receio nem hesitação que segura a verdadeira Palavra de Deus, passada sem perda significativa de geração a geração através dos séculos.” De modo que as palavras do salmista ainda são verazes hoje: “As palavras do Senhor são palavras puras: como a prata refinada num forno de barro, purificada sete vezes.” (Salmo 12:6, King James Version) Será que realmente precisamos de mais do que isto?

“Tu, tolo”, censura O Livro de Mórmon, em 2 Nefi 29:6, “dirás: Uma Bíblia, temos uma Bíblia, e não necessitamos mais de Bíblia!” Muitos mórmons, porém, ponderaram nas palavras severas do apóstolo Paulo, na Bíblia, em Gálatas 1:8 (KJ): “Mesmo que nós, ou um anjo do céu, pregássemos qualquer outro evangelho a vós além do que pregamos a vós, que seja amaldiçoado.”

Os eruditos dos Santos dos Últimos Dias explicam que a nova escritura não vai além do que é declarado na Bíblia; é apenas um esclarecimento e uma complementação dela. “Não há divergência entre os dois”, escreve Rex E. Lee, presidente da Universidade Brigham Young. “Tanto a Bíblia como o Livro de Mórmon ensinam o mesmo plano de salvação.” Não divergem mesmo? Considere o plano de salvação do mormonismo.

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